Igualmente importante para alcançar esse objetivo é a possibilidade, mencionada pelo ministro, de a Infraero diminuir sua participação nos novos leilões que serão realizados em 2016 para a concessão dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.
A estatal ficou com uma participação de 49% nos aeroportos já concedidos à iniciativa privada, o que onerou seus custos, já que, mesmo tendo perdido mais de metade da receita proporcionada por esses aeroportos, teve de fazer a contrapartida de pesados investimentos nos terminais, com retorno apenas a mais longo prazo.
Segundo o ministro, a participação da Infraero nas futuras concessões está ainda em discussão, mas ele assevera que ela será menor, podendo ficar em 15% ou zero. A segunda hipótese não seria inédita, uma vez que o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, foi objeto de concessão, mas é inteiramente privado.
Reduzindo ou não tendo nenhuma associação nos novos aeroportos, a Infraero pouparia gastos e poderia obter uma receita considerável proveniente dos leilões.
Seja como for, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem poderes para fazer com que os aeroportos, mesmo os totalmente privados, cumpram as leis e regulamentos em vigor.
A Infraero hoje volta o seu foco para a aviação regional. Há, segundo Padilha, uma demanda no Ministério da Fazenda para desembaraçar recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que deve arrecadar este ano R$ 4,5 bilhões. A SAC espera que R$ 50 milhões, pelo menos, sejam liberados para atender às necessidades de aeroportos da Amazônia. É mais um motivo para que a Infraero busque baixar custos e reforçar receitas próprias.