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Intenção de consumo registra primeira alta após seis meses de queda

Esse foi o primeiro aumento mensal registrado pelo índice nos últimos seis meses, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio

Por Nathália Larghi
Atualização:

RIO - A Intenção de Consumo das Famílias (IFC) registrou alta de 0,9% em agosto ante a julho, com 69,3 pontos em uma escala de 0 a 200, informou a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse foi o primeiro aumento mensal registrado pelo índice nos últimos seis meses. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, o IFC teve queda de 15,3%.

Diferente dos meses anteriores, o índice teve aumento na comparação mensal nos sete indicadores que o compõem. Porém, o indicador ainda permanece em um nível menor que 100 pontos, abaixo da chamada zona de indiferença, que indica insatisfação com a situação atual. 

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o IFC teve queda de 15,3% 

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Único quesito acima da zona de indiferença, a avaliação do emprego atual teve alta de 1,6% e chegou aos 102,3 pontos. Na comparação anual, o quesito teve recuo de 5,6%. Atualmente, o porcentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego é de 28,9%.

O nível de consumo subiu 0,5% em relação ao mês anterior, mas teve queda de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a CNC, o elevado custo do crédito, o aumento do endividamento e do desemprego são alguns fatores que explicam as variações negativas em relação ao ano passado. 

"Mesmo com a perda da força da inflação e seus impactos favoráveis nas vendas, a confiança do consumidor ainda segue fragilizada por causa do encarecimento do crédito e da instabilidade no mercado de trabalho", afirmou Juliana Serapio, assessora econômica da CNC, em nota oficial.

A expectativa das famílias segue baixa em relação ao mercado de trabalho. No mês de agosto, o item Perspectiva Profissional, um dos sete componentes do ICF, teve alta de 0,5% em relação a julho. Porém, a expectativa em relação ao mercado profissional caiu 1,1% entre as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos. Entre as famílias com renda até 10 salários houve alta de 0,9% na perspectiva.

Segundo a assessora econômica da CNC, Juliana Serapio, para que o indicador melhore é necessário que "a política fiscal seja restabelecida" e que o empresariado volte a ter confiança para investir no Brasil. "Uma melhora (no índice) vai acontecer com a retomada de confiança do empresário e com uma melhora na indústria, ou seja, com a geração de emprego. Se a confiança do empresário subir, ele irá contratar mais e fazer mais investimentos", afirmou.

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Para a entidade, a retomada mais significativa na confiança do consumidor só será impulsionada através da geração de emprego e, na visão de Juliana, uma melhora significativa ainda deve demorar a acontecer. "Não acredito que neste ano terá uma reversão. Mas já será um alento ficar com uma pequena alta. Acredito em uma melhora no meio do ano que vem", afirmou.

Essas expectativas para o segundo semestre levaram a CNC a revisar suas projeções para as vendas no varejo restrito de -5,6% para -5,4% ao final de 2016. Também houve revisão da projeção para o varejo ampliado (que engloba automóveis e materiais de construção) de -10,6% para -9,8%. 

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