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Investidor terá teto de até 5% para compra da Eletrobrás

Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que teto ainda será fechado pela cúpula do governo, mas garantiu que o parâmetro valerá para todos os interessados, independentemente se domésticos ou de fora do País

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

PEQUIM - Interessados na Eletrobras poderão adquirir, no máximo, uma fatia de 5% da companhia no processo de privatização elaborado pela União. Os parâmetros da operação serão definidos depois do feriado de 7 de setembro, quando os ministros responsáveis pela confecção do modelo voltarão a se reunir em Brasília. "Essa modelagem será uma das mais inteligentes de privatização de todas as que o Brasil já fez", prometeu o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.

Ele conversou com a reportagem do Estadão/Broadcast em Pequim, onde é o último a participar de uma comitiva governamental liderada pelo presidente Michel Temer para atrair investimentos chineses para o País desde o dia 31 de agosto. No total, sete ministros estiveram na capital do país asiático, além de 11 parlamentares e pouco mais e uma dezena de técnicos. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que também discute o processo da elétrica e estava em Pequim, retornou ontem ao Brasil, 3. A previsão é a de que Oliveira volta amanhã, 5. Em Brasília, eles se juntarão ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não esteve na China para acompanhar assuntos domésticos de interesse da Pasta.

Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira Foto: Andressa Anholete/AFP

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O teto da participação ainda não foi definido e será fechado pela cúpula do governo. As discussões, conforme Oliveira, estão entre um limite de 2% e 5%, em linha com a garantia de que privatização seria pulverizada, conforme havia prometido Meirelles. Ontem, Coelho Filho falou pela primeira vez ao Estadão/Broadcast sobre cotas para estrangeiro, quando questionado sobre a possibilidade de a agora estatal ser transferida para o capital internacional. Hoje, o ministro do Planejamento explicou que o parâmetro valerá para todos os interessados, independentemente se domésticos ou de fora do País. "Haverá um limite máximo: cada investidor não poderá comprar mais do que um porcentual. Quando a gente voltar, vamos retomar as discussões."

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Oliveira prometeu que o modelo da venda da Eletrobras será um marco para o País. Além de gerar recursos para a União, técnicos do governo estão empenhados em sanar todas as questões que envolvem hoje a estatal e o setor, como solucionar questões relativas ao passivo da companhia, reestruturar o setor elétrico - que estava praticamente quebrado, nas palavras do ministro - e manter a participação da União na empresa.

"É uma bobagem dizer que o governo vai vender (a Eletrobras) barato. Nem vamos vender, pelo contrário. Vai manter a participação e o que vai acontecer? Vai valorizar o que o governo tem e, como não vamos vender agora a nossa parte, vamos ganhar. Aliás, já ganhamos só com o anuncio. E vamos ganhar muito mais porque, quando privatizar, evidentemente que vai valorizar muito mais a empresa", argumentou.

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Mesmo com essas regras restritivas de compra, o ministro prevê que o interesse pela empresa será "estrondoso". "Não vai faltar interessado. Apesar de tudo, a Eletrobras é uma empresa listada (em Bolsa de Valores), com tradição de mercado, que todo mundo conhece. Vai ser um sucesso", apostou. O formato final da operação está previsto para ser conhecido até o dia 20 deste mês e a Medida Provisória sobre a privatização deverá ser levada ao Congresso Nacional ainda em setembro, conforme previu ontem Coelho. 

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