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Investimentos em obras do PAC caem 40% no ano

Dnit e Valec, que são responsáveis por tocar grandes projetos, estão entre os que sofreram os maiores cortes de verbas

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Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - O governo tinha a intenção de destravar obras importantes com recursos públicos, mas a estratégia não surtiu o efeito desejado. O esvaziamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é o exemplo mais concreto disso.

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Os dados oficiais do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), compilados pela organização Contas Abertas, apontam que, entre janeiro e novembro deste ano, os aportes do PAC caíram mais de 40% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Nos primeiros 11 meses de 2014, os desembolsos do PAC, em valores atualizados pela inflação, chegaram a R$ 58,7 bilhões. Neste ano, o total pago pelo governo chegou a apenas R$ 34,9 bilhões, uma redução de R$ 23,7 bilhões. Esses dados excluem os subsídios do Orçamento Geral da União dados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que o governo costuma classificar como “investimentos” na divulgação de seus resultados fiscais.

Mais afetados. Donos de grandes obras dentro do PAC, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a estatal Valec, estão entre os mais afetados pelos cortes. Entre janeiro e novembro de 2014, em preços ajustados pela inflação do período, o Dnit registrou R$ 8,9 bilhões em pagamentos. No ano passado, o desembolso foi de apenas R$ 5,4 bilhões no mesmo intervalo – 40% menos.

Na Valec, as ferrovias que chegaram a receber aportes de R$ 2,4 bilhões no ano passado viram seus pagamentos caírem para R$ 1,6 bilhão neste ano, uma redução de R$ 800 milhões que levou à paralisação de obras, atrasos nos pagamentos de empreiteiras e adiamento de compra de itens básicos, como trilhos.

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