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IPCA sobe 0,25% em agosto e inflação volta a superar o teto da meta

Acumulado em 12 meses, índice usado pelo governo federal para medir o ritmo de alta dos preços da economia ficou em 6,51%

Por Gustavo Santos Ferreira e Idiana Tomazelli
Atualização:

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para medir a variação de preços no mercado, variou 0,25% em agosto em relação ao mês anterior - informou nesta sexta-feira, 5, o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE).Em julho, inflação havia sido de 0,01%.

Acumulada em 12 meses, a oscilação foi de 6,51%. Desse modo, o índice ultrapassou, ainda que por pouco, o teto da meta estabelecida para 2014, de 6,5% ao ano.   Entre as 13 capitais participantes da pesquisa do IBGE, Belém (PA) foi onde o IPCA sofreu a maior variação positiva: 0,98%. Campo Grande (MS) sofreu a maior deflação: 0,07%. São Paulo (SP), a cidade de maior peso no índice, teve inflação de 0,18%.

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Setores. O índice setorial que mais subiu no último mês foi o de Habitação, com alta de 0,94%. É nesse setor onde está a maior alta de custos: a energia elétrica subiu 1,76%. A alta de Habitação também é, em grande parte, atribuída à variação da taxa de água e esgoto, de 1,46%. Os gastos com condomínio subiram 1,35%; com artigos de limpeza, 1,31%; com aluguel, 0,66%; e com mão de obra e reparos, também 0,66%. 

No segmento de Despesas Pessoais, que, no total, avançou apenas 0,09%, os gastos com empregados domésticos subiu 1,26%. Embora não tenha sido a maior variação, foi a de maior impacto no IPCA de agosto.

 

O segundo setor de maior elevação de preços em agosto foi o de Artigos de residência: alta de 0,47%, ante 0,86% em julho. Na sequência, estão Educação (0,43%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,41%); e Transportes (0,33%).

Alimentos. Os preços dos alimentos, por outro lado, caiu, de acordo com o IBGE. Em agosto, o setor, um dos mais relvantes no IPCA, apresentou a mesma deflação de 0,15% de julho. Em especial, a batata inglesa (-17,87%) e o feijão-mulatinho (-11,68%) ficaram mais baratos.

Considerados somente todo os alimentos pesquisados que são consumidos em casa, a queda de preços foi ainda maior: de 0,61%. Fora de casa, houve alta em agosto, de 0,71% - acima dos 0,52% de julho."Isso acontece de forma geral", afirma a coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. 

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De acordo com ela, pesam aí outros itens. "Dificilmente se vê algum recuo quando se trata da alimentação fora, porque tem a pressão dos alugueis, tem espaço para reajuste devido ao aumento da renda das pessoas, tem a questão da energia, mão de obra e salário."

Apesar da baixa mensal, os alimentos ainda têm ficado mais caros que a média de alta dos demais produtos componentes do IPCA. Em agosto, em 12 meses, enquanto o índice avançou 6,51%, os alimentos acumularam alta de 7,53%.

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