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IPO da BR Distribuidora pode superar 25%

Por Antonio Pita , Monica Ciarelli (Broadcast) e Mariana Sallowicz
Atualização:

RIO - Uma eventual abertura de capital da BR Distribuidora, anunciada na terça-feira pela Petrobrás, pode variar entre 25% até um patamar "mais ousado", segundo o presidente da estatal, Aldemir Bendine. Em entrevista à jornalista Míriam Leitão, da GloboNews, o executivo voltou a afirmar que a empresa é "livre" para praticar reajuste de preços do combustível e que o atual conselho de administração tem perfil "independente" do governo. "Podemos partir para um IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) regular ou buscar sócios estratégicos. Podemos trabalhar abertura em torno de 25% ou sermos mais ousados em relação a isso", disse o executivo na entrevista veiculada na noite de ontem. Ele evitou estimar valores para o negócio, mas avaliou que haverá benefícios para a governança da empresa. "Podemos deixar a companhia com um modelo de gestão melhor. O mercado vai dizer o valor, mas achamos que pode ser expressivo." Sobre a corrupção na empresa, o executivo afirmou que não era "sistêmica" e avaliou que não há problemas para a estatal voltar a contratar empresas investigadas pela Operação Lava Jato, desde que não haja condenação. "Não vejo dificuldade de que empresa arrolada no processo volte a contratar com a Petrobrás. Elas farão parte do novo modelo, com uma série de medidas protetivas." Questionado sobre a diferença entre seu modelo de gestão e os anteriores, que acumularam perdas com a venda de combustíveis a preços represados no mercado interno, Bendine garantiu a "premissa" de que os produtos sejam lucrativos para a empresa. Para o executivo, o atual conselho de administração é "independente". Sobre o pré-sal, Bendine avaliou que não é "adequado" discutir alterações no modelo de regulação em momento de "fragilidade" da companhia. Ele evitou opinar sobre o debate político em torno das mudanças que podem retirar a obrigatoriedade de participação da estatal em leilões, mas disse que vai cumprir a legislação. "Não é salutar o governo realizar leilão de pré-sal neste momento. Seria muito oneroso para a companhia", afirmou.

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