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Japão perde visitantes e sofre com restrições em suas exportações

As restrições às importações do Japão são em sua maioria limitadas aos alimentos produzidos no país, em meio a receios de contaminação pelo vazamento das usinas nucleares de Fukushima

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A crise nuclear no Japão levou países vizinhos a restringirem as importações de produtos japoneses e também diminuiu o número de visitas de estrangeiros ao território japonês, conforme informações divulgadas pelo jornal Nikkei e pela agência de notícias Kyodo.

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As restrições às importações do Japão são em sua maioria limitadas aos alimentos produzidos no país, em meio a receios de que a produção agrícola local possa ter sido contaminada pelo vazamento de material radioativo das usinas nucleares de Fukushima, que passaram por problemas de superaquecimento em seus reatores após um terremoto e um tsunami terem atingido o país em 11 de março.

Recentemente, a agência de segurança nuclear do Japão decidiu elevar o grau de seriedade do acidente nuclear na usina Daiichi, em Fukushima, de cinco para sete - o nível mais grave na escala internacional. No nível sete, o acidente nuclear japonês torna-se tão grave quanto o desastre nuclear de Chernobyl, na União Soviética, em 1986.

A Coreia do Sul está entre os países que aplicaram restrições aos produtos japoneses. O país proibiu temporariamente a importação de vegetais cultivados em algumas regiões do Japão, entre elas a de Fukushima.

Os sul-coreanos também decidiram exigir que a maioria dos alimentos processados em oito regiões do Japão - entre elas Tóquio e Miyagi - tragam consigo documentos do governo japonês atestando que os produtos possuem níveis de césio e iodo radioativos seguros para o consumo. A regra deve valer a partir de 1º de maio. Como os japoneses ainda precisam decidir se aceitam tal exigência, a perspectiva é de que o comércio desses produtos diminua ou seja interrompido a partir da próxima semana.

Outro vizinho do Japão, Taiwan, também proibiu a importação de alimentos produzidos em cinco regiões do país, entre elas Fukushima, e passou a exigir que todos os produtos frescos e alguns alimentados processados em território japonês passem por testes de radioatividade quando desembarcarem.

A Rússia adotou a proibição temporária das importações de produtos agrícolas de Fukushima e outras cinco regiões japonesas e também baniu as importações de peixes de 242 empresas do país. Além disso, autoridades da alfândega russa disseram que 49 veículos usados vindos do Japão foram barrados no porto de Vladivostok há 10 dias por apresentarem níveis de radiação seis vezes maiores do que o normal.

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Na semana passada, a China aumentou de cinco para 12 o número de regiões japonesas cujos produtos não poderiam ser vendidos em território chinês. Alimentos importados de outras regiões do Japão devem trazer certificados de segurança, de acordo com as normas instituídas por Pequim. Na Austrália, os peixes e frutos do mar vindos de Tóquio e outras 12 regiões passam por testes de radioatividade antes de serem importados.

Além das restrições às importações, o Japão também passa por um período de redução de visitas de cidadãos estrangeiros por causa dos receios com a crise nuclear do país, segundo a Organização Nacional de Turismo do país. Segundo a agência, o número de estrangeiros que viajaram ao Japão diminuiu 50,3% em março, para 352.800. As informações são da Dow Jones.

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