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Jucá diz que PMDB vai 'marcar posição' sobre reforma da Previdência

Senador admitiu que o governo não conseguiu, até hoje, divulgar de forma didática a proposta de reforma, perdendo a batalha da comunicação

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Por Vera Rosa
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BRASÍLIA - O PMDB caminha para fechar questão a favor da reforma da Previdência, apesar das divergências internas. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR),defendeu nesta quarta a medida e disse que o PMDB precisa se posicionar sobre o assunto. "Eu acho que o PMDB tem de marcar sua posição claramente. Reforma da Previdência não é opção. É salvação", afirmou Jucá, que é presidente nacional do partido. "Do jeito que as coisas vão, se não fizermos nada, daqui a sete anos não haverá dinheiro para pagar os aposentados".

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é líder do governo no Senado Foto: Dida Sampaio/Estadão

No jargão político, o termo "fechar questão" é utilizado quando o partido enquadra seus parlamentares e adota posição única sobre como cada um deve votar. Nesse caso, quem desrespeitar a ordem corre o risco de punição. Jucá admitiu que o governo não conseguiu, até hoje, divulgar de forma didática a proposta de reforma da Previdência, perdendo a batalha da comunicação. O Palácio do Planalto está agora empenhado em enterrar a ideia de que o brasileiro precisará contribuir com a Previdência durante 49 anos para se aposentar. "Não existe isso", rebateu Jucá. "O mundo todo está fazendo uma reforma da Previdência, mas em nenhum país ela ocorreu de forma tão suave como a nossa. A pergunta que se tem de fazer é a seguinte: "É justo alguém se aposentar com menos de 55 anos e a sociedade pagar?" 

Ao ser questionado sobre a proposta de mudança da idade mínima para o acesso à aposentadoria, ao longo de 20 anos, Jucá disse que a transição não será nada traumática. "Daqui a 20 anos já teremos um papa brasileiro", afirmou o presidente do PMDB, em tom de brincadeira.  O Planalto enfrenta muitas dificuldades para convencer sua base aliada no Congresso a apoiar a proposta. A votação do parecer do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), na Comissão Especial da Câmara deve ocorrer na próxima semana. Somente a partir daí Jucá marcará a reunião da Executiva Nacional do PMDB para avaliar o fechamento de questão.  Enquanto isso, o líder da bancada do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), coleta assinaturas de colegas favoráveis a essa posição. "Estamos trabalhando bastante", afirmou o deputado.

Apesar do atraso, Jucá disse que a última votação da reforma deve ocorrer em julho. "Eu defendo que o Congresso só saia em recesso depois de votar", argumentou o senador. Para aprovar as mudanças na Previdência, o governo precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações. Além de assistir à divisão do PMDB, o núcleo político do Planalto ficou ainda mais preocupado quando viu o aliado PSB fechar questão contra as reformas trabalhista e da Previdência.

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