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Kirchner mantém endurecimento com o FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

Em seu último dia de visita ao Brasil, o diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, deverá escutar os ecos do duro discurso que o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, pretente fazer hoje, durante a inauguração do ano legislativo no Congresso Nacional, enfocado na negociação da dívida pública em default. O presidente consolidará sua proposta de pagar somente 25% do valor nominal dos títulos em default e pedirá o apoio dos deputados e senadores para defendê-la. Faltando somente oito dias para o vencimento de uma dívida de US$ 3,1 bilhões do Estado com o FMI, Kirchner deverá reafirmar também o tom intransigente que vem demonstrando em seus discursos sobre o assunto: o governo somente pagará se o FMI aprovar as metas da segunda revisão e, com isso, garantir sua parte do atual acordo stand by de reembolsar o pagamento realizado. A sessão solene de aberta do Congresso está marcada para às 11 horas da manhã desta segunda-feira. Para engrossar a platéia de ouvintes de Néstor Kirchner, o governador da província de Buenos Aires, Felipe Solá, organizou uma manifestação em frente ao Congresso com seguidores do Partido Justicialista (PJ), também chamado de peronista, de onde se escutará o discurso do presidente. Fontes do governo confirmam que Kirchner também pedirá o apoio dos argentinos para a sua empreitada de reestruturar a dívida com um corte de 75% de seu valor. Também estarão presentes os seguidores fiéis do presidente, chamados de a ala kirchnerista. O governo deseja transformar o ato em uma "manifestação espontânea" da sociedade argentina em favor do país. Por isso, o presidente não quer bandeiras partidárias mas somente símbolos nacionais. Embora o discurso esteja centrado na questão da dívida, Néstor Kirchner não deixará passar a chance de mostrar o que seu governo já conseguiu em menos de um ano de administração. A estrela principal da lista de "vitórias" está o crescimento de 8,4% do PIB, em 2003, ano em que Kirchner foi eleito (maio).

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