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Leasing é entrave para financiamento automotivo, diz Barbosa

Secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que a concessão de crédito deu uma desacelerada, mas ritmo deve ser retomado gradualmente

Por Eduardo Cucolo e da Agência Estado
Atualização:

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que um dos entraves ao crédito automotivo hoje são as operações de leasing, cujo estoque caiu de 44% do total para 12% em março, conforme publicado mais cedo pela Agência Estado.

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"Era uma alternativa muito utilizada um, dois anos atrás, mas houve uma mudança no tratamento tributário por parte de alguns Estados que fez com que essa modalidade ficasse praticamente zero", disse. "Com o tempo isso vai ser retomado."

O secretário participou de audiência Pública na Comissão Mista do Senado sobre as medidas provisórias do Plano Brasil Maior.

Barbosa lembrou que a concessão de crédito deu uma desacelerada, porque a própria economia desacelerou, mas que com as medidas de redução das taxas de mercado já se verificou, tanto no Banco do Brasil como na Caixa Econômica Federal, uma aceleração do ritmo de concessão, que está sendo retomado gradualmente.

"Agora, com a redução das taxas de juros que está sendo feita por todos os bancos, em diferentes graus, cada um com sua estratégia, isso vai aparecer nas estatísticas", afirmou. "Isso começou em abril. As estatísticas de abril vão começar a ser divulgadas agora, no final de maio. Os números vão mostrar essa retomada do crédito."

O secretário disse também que as taxa de juros e o spread bancário têm espaço para cair mais, em resposta à documento divulgado ontem pela Febraban.

"A Febraban já soltou uma nota sobre as declarações. A política do governo está dada: as taxas de juros no Brasil podem cair, tanto a taxa básica como o spread. Os bancos públicos fizeram um movimento sustentável, o que fará, pela própria concorrência, que os demais bancos acompanhem. Não quero colocar mais polêmica neste debate", afirmou.

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Portabilidade

Barbosa, informou que o governo já começou a discutir com os bancos mudanças na legislação para facilitar a portabilidade, que caiu no início de 2012, conforme publicou a Agência Estado na semana passada.

"Por vários motivos, sejam operacionais, burocráticos, há reclamações sobre a velocidade da portabilidade. Tem custo de transferência do bem que está alienado no financiamento de veículos, de imóveis. Então esse é o nosso próximo passo", afirmou. "Já abrimos uma discussão com o sistema financeiro e estamos vendo o que pode ser feito para aumentar essa portabilidade, mas ainda não tem nada definido."

Barbosa também discordou que haja saturação da capacidade de endividamento das pessoas. Disse que o crédito direto ao consumidor compromete hoje uma parcela maior dos salários, mas que isso vai cair na medida em que a renda volte a crescer.

Questionado sobre uma possível troca do vice-presidente de governo do Banco do Brasil, Ricardo Oliveira, afirmou que "isso não está em discussão agora".

 

 

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