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Leilão da Celg já tem cinco empresas, diz presidente da Eletrobrás

Wilson Ferreira Júnior informou que há companhias nacionais e internacionais interessadas no leilão de privatização da distribuidora de energia goiana

Por Antonio Pita , Daniela Amorim (Broadcast) e
Atualização:

RIO - O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, informou que cinco empresas, entre nacionais e internacionais, já demonstraram interesse em participar do leilão de privatização da distribuidora de energia Celg, de Goiás, marcado para o dia 19 deste mês. "Estamos saindo da crise e a perspectiva da empresa é muito boa", avalia o executivo, demonstrando otimismo na concorrência.

Ele argumenta que o estado de Goiás está entre os que mais crescem no Brasil, o que é refletido na expansão do mercado consumidor de energia. "O investidor tem que olhar para a qualidade e a perspectiva do ativo", afirmou Ferreira Júnior, antes de participar de evento promovido pelo banco Bradesco, no Rio.

Leilão da distribuidora está marcado para o dia 19 de agosto Foto: Divulgação

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A privatização das suas distribuidoras somada à indenização de cerca R$ 15 bilhões que será paga pela União (por investimentos feitos em linhas de transmissão) e à melhora do cenário macroeconômico podem levar a Eletrobrás a encerrar as privatizações nas distribuidoras, segundo Ferreira. É possível que participações nas 179 Sociedades de Propósito Específico (SPE) sejam mantidas, dependendo do retorno financeiro de cada uma delas.

Atualmente, a diretoria trabalha no orçamento plurianual da empresa, relativo ao período de 2016 a 2020. A definição sobre ativos que serão privatizados e o quanto será investido dependerá da conclusão desse estudo. "Estamos avaliando obra por obra e vamos avaliar as condições financeiras", disse o presidente da companhia, referindo-se aos estudos sobre o desinvestimento em curso e também projetos de investimento.

O orçamento até 2020 prevê investimento de R$ 35 bilhões, mas esse valor pode ser revisto. Para este ano, a previsão de gastos é de cerca de R$ 10 bilhões, que não devem ser atingidos de fato, porque, já no primeiro trimestre deste ano, o investimento ficou abaixo do previsto. Daqui para frente, no entanto, a intenção é aproximar os gastos às previsões de orçamento, de acordo com Ferreira.

Investigação. O presidente da Eletrobrás espera que seja concluído em 30 dias o trabalho do comitê de investigação independente contratado para rastrear possíveis desvios de recursos denunciados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O passo seguinte será trabalhar em conjunto com a empresa de auditoria dos balanços financeiros de 2014 e 2015 para apresentar defesa à Bolsa de Nova York na primeira quinzena de outubro.

Como a empresa não divulgou o relatório 20-F, exigido pela reguladora do mercado financeiro dos Estados Unidos, a SEC, suas ações foram suspensas na bolsa norte-americana. A publicação do 20-F depende das investigações do comitê independente, que podem levar a baixas contábeis no resultado financeiro dos dois anos.

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O presidente da Eletrobras ressaltou, no entanto, que dificilmente essas baixas acontecerão, porque já vêm ocorrendo trimestralmente à medida que as denúncias são feitas à Operação Lava Jato. Apenas as obras de construção da usina nuclear de Angra 3 geraram baixa contábil de mais de R$ 6 bilhões, segundo Ferreira. 

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