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Leilão de energia eólica e solar gera R$ 22,2 bi em negócios

53 empreendimentos vão gerar energia de reserva a partir de novembro de 2018 para aumentar a segurança no fornecimento

Por André Magnabosco
Atualização:

O 8º Leilão de Energia de Reserva (LER), realizado nesta sexta-feira, 13, movimentou R$ 22,171 bilhões com a contratação de energia a ser fornecida por um período de 20 anos, que terá início em novembro de 2018. O certame teve cinco horas de duração e terminou com a contratação de 507,9 MW médios de energia, a serem gerados por 53 empreendimentos, dos quais 33 projetos solares e 20 eólicos. O preço médio da energia comercializada ficou em R$ 249/MWh, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela operacionalização da disputa. Foram negociados 89,045 milhões de Mwh.

No caso dos projetos fotovoltaicos, o preço médio foi de R$ 297,75/MWh, deságio de 21,9% sobre o preço teto de R$ 381/MWh estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Já a energia eólica contratada hoje será vendida a um valor médio de R$ 203,46/MWh, com deságio de 4,5% sobre os R$ 213/MWh máximos determinados pela agência reguladora. O valor da energia solar vendida ficou abaixo dos R$ 301,79/MW do último leilão de reserva, realizado em agosto passado, a R$ 297,75/MWH, deságio de 21,9%.

Necessidade de energia de reserva pode ser maior nos próximos anos Foto: Divulgação

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Os 53 projetos contratados têm capacidade instalada conjunta de 1.477 MW. Os eólicos representam 548,2 MW. Já os empreendimentos solares têm capacidade para injetar 929 MW de energia no sistema e possuem potência instalada de 1.115 MWpico. A garantia física dessas usinas está definida em 530,8 MW médios. O investimento previsto pela CCEE para a construção dos empreendimentos deve somar R$ 6,840 bilhões.

A energia de reserva é contratada pelo governo federal e visa aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com a proposta do governo de repactuação do risco hidrológico, em discussão a partir da edição da medida provisória (MP) 688, a necessidade de energia de reserva pode ser maior nos próximos anos. Aos geradores que operam no Ambiente de Contratação Livre (ACL), a proteção contra o déficit de geração hídrica (GSF) deve ser feita a partir da contratação de energia de reserva ou da disponibilidade de energia pela própria empresa.

Este é o terceiro leilão de energia de reserva de 2015. O primeiro LER ocorreu em julho e terminou sem a apresentação de propostas. O fracasso teve origem na decisão federal de estabelecer que os novos projetos deveriam estar aptos a fornecer energia a partir de janeiro de 2016, menos de seis meses após a realização da disputa. Preocupado com o risco de racionamento, o governo propôs um valor máximo de R$ 581/MWh e tentou contratar energia de futuras térmicas abastecidas com gás.

O segundo LER de 2015, realizado em agosto, durou mais de sete horas e terminou com a contratação de 231,5 MW médios de energia, negociados a um preço médio de R$ 301,79/MWh. O valor médio ficou 13,5% abaixo do preço máximo de R$ 349/MWh estabelecido pela Aneel, mas ainda 40,3% acima do valor médio de 215,12/MWh da energia solar contratada em leilão de reserva realizado em 2014. Os investimentos estimados na construção dos projetos contratados somaram R$ 4,3 bilhões.

Recorde. No ano passado, a Aneel organizou o primeiro leilão em que a energia solar foi contratada de forma independente, e não em disputa com outras fontes renováveis. Na oportunidade, também um leilão de energia de reserva, o preço médio da energia solar contratada ficou em R$ 215/MWh, deságio de 17,9% sobre o preço inicial de R$ 262/MWh. A energia solar, também negociada, mas com outro patamar de preços, foi contratada por R$ 142,30/MWh, deságio de 1,4% sobre os R$ 144/MWh estabelecidos inicialmente. 

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