
BRASÍLIA - O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), disse nesta quarta-feira, 29, não entender por que o governo e alguns partidos da base aliada estão “tão preocupados” com o desembarque dos tucanos.
“Quantos votos o PMDB vai dar à reforma da Previdência?”, perguntou Tripoli, horas depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmar que “o PSDB não está mais na base do governo”, mas, mesmo assim, cobrar apoio à reforma.
“E o DEM, o PSD, o PP e o PR, quantos votos vão dar? Na hora de indicar para cargos, que eles tanto gostam, ninguém pensa em reforma. Por que agora estão todos tão preocupados com o PSDB?”, provocou Tripoli.
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Ao reagir às estocadas na direção do PSDB, o líder da bancada tucana disse que, em várias ocasiões, seu partido entregou mais votos ao governo do que o próprio PMDB. Na votação das duas denúncias apresentadas contra o presidente Michel Temer pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, porém, o PSDB rachou.
“Quero dizer o seguinte: no dia em que fecharem questão (sobre a reforma da Previdência), me avisem que a gente fecha também”, afirmou Tripoli, em tom de ironia.
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Questionado nesta quarta se desejava que os partidos aliados aprovassem decisão obrigando seus deputados a votar favoravelmente à reforma da Previdência - prática conhecida como “fechamento de questão” -, Padilha foi econômico na resposta.
“Não posso ter ilusões ingênuas”, disse o ministro da Casa Civil. “Vamos trabalhar pelo convencimento porque, se não fizermos a reforma, vai acontecer aqui o que aconteceu na Grécia”, completou ele.
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