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Lucro do Santander Brasil cresce 13,2% em 2015 e soma R$ 6,6 bi

País respondeu por 19% do lucro do banco espanhol e manteve-se como a segunda subsidiária mais lucrativa

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast) e Fernando Nakagawa
Atualização:
Receitas de serviços e tarifas cresceram 7,3% em 2015 e somaramR$ 11,9bilhões Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

SÃO PAULO - O Santander Brasil inaugurou a temporada de balanços dos grandes bancos de capital aberto ao anunciar um lucro líquido gerencial (que não exclui o ágio da compra do Real) de R$ 6,6 bilhões em 2015, um aumento de 13,2% em relação a 2014.

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As receitas de serviços e tarifas alcançaram R$ 11,9 bilhões no ano passado, montante 7,3% maior que o registrado em 2014. O destaque ficou para serviços de conta corrente, seguros, crédito e cobrança - todas com crescimento superior a 10% no período.  O balanço traz também os dados do quarto trimestre de 2015: o lucro líquido gerencial foi de R$ 1,6 bilhão, 5,65% maior que o resultado de um ano antes. Em relação aos três meses anteriores, houve queda de 5,9%.

"Registramos um crescimento razoável no Brasil, enquanto temos custos controlados, mesmo com a inflação perto de 10%", destacou o executivo-chefe do Santander Brasil, José Antonio Álvarez. Pelo resultado divulgado na Espanha, a filial gerou lucro de € 1,6 bilhão para o grupo, alta de 13,5% na comparação com 2014. Assim, o País respondeu por 19% do lucro da empresa no ano passado - mesma fatia de 2014 - mantendo-se como a segunda subsidiária mais lucrativa, atrás do Reino Unido, responsável por 23% do lucro do ano.

A presidente do conselho do banco, Ana Botín, reafirmou a aposta no Brasil. "Há oportunidades para o nosso negócio e não apenas em empréstimos. Podemos aumentar a lealdade dos nossos clientes com mais satisfação. Estamos andando para um novo modelo que gera melhor resultado mesmo em um ambiente mais difícil", disse. "Podemos melhorar a filial mesmo em um ambiente macroeconômico difícil em 2016 e 2017".

Entre as oportunidades citadas pela executiva da família fundadora do banco, está a meta de atingir 10% do mercado brasileiro no médio prazo e a perspectiva de fechar o ano com crescimento de 12% no número de clientes - universo que o banco promete aumentar para 3,6 milhões de clientes. "E sem perder o foco nos gastos e na qualidade do crédito e ainda manter o lucro com crescimento em moeda local em 2016", disse Ana Botín. 

Inadimplência. O indicador de inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou estável no quarto trimestre de 2015, em 3,2%. Trata-se do segundo trimestre consecutivo que o índice permanece neste patamar. Em um ano, os calotes tiveram melhora de 0,1 ponto porcentual. 

Porém, a inadimplência de curto prazo, que leva em contra atrasos entre 15 e 90 dias, teve piora de 0,7 p.p em dezembro ante setembro - para 5%. Em um ano, a deterioração da qualidade dos ativos foi ainda pior: os calotes subiram 0,9 p.p.

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"A piora no indicador foi decorrente da pessoa jurídica que apresentou evolução de 1,8 p.p. em doze meses e de 1,6 p.p. no trimestre, atingindo 4,0%. A evolução neste indicador está impactada pela inclusão de casos pontuais e não se refere a uma piora generalizada do segmento", explica o Santander, em suas demonstrações financeiras.

As despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa, as chamadas PDDs, do Santander totalizaram R$ 3,497 bilhões no quarto trimestre de 2015, aumento de 25,12% em um ano.

O banco aumentou as provisões para operações de crédito no Brasil especialmente para cobrir eventual calote de empresas investigadas pela operação Lava Jato. A informação foi dada por Álvarez. Segundo o executivo, diante dessa razão especifica para a provisão, essa reserva contra calote não deve se repetir nos próximos trimestres.

Crédito. A carteira de crédito ampliada do banco totalizou R$ 330,9 bilhões ao final de dezembro, retração de 0,3% na comparação com setembro. Em um ano, foi visto avanço de 6,6%.

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"No crédito, tivemos uma mudança significativa da dinâmica nos últimos dois anos. Mudamos das operações menos seguras para créditos mais seguros, o que explica nossa melhora da qualidade no Brasil", disse Álvarez, ao apresentar quadro que mostra que o financiamento ao consumo - considerado mais arriscado - diminuiu 7% no Santander Brasil, enquanto as hipotecas cresceram 21% e o crédito às grandes empresas avançou 14% - linhas com menor risco de calote.

Ana Botín avalia que a qualidade do crédito poderá sofrer deterioração no Brasil diante da evolução negativa da economia. Apesar disso, a executiva que comanda a maior instituição financeira da Espanha acredita que o aumento dos spreads bancários - margem cobrada pelo banco nos empréstimos - deve compensar o maior risco de calote.

"Pode haver alguma deterioração do crédito, mas spreads devem compensar", disse durante teleconferência com investidores e analistas. A perspectiva de aumento do spread também foi citado por Álvarez. "Em um ambiente difícil, estamos relativamente confortáveis para entregar lucros com aumento de um dígito em moeda local", disse.

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De acordo com os números do balanço, o Santander encerrou dezembro com R$ 677,45 bilhões em ativos totais, cifra 14,8% maior que a registrada um ano antes. Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, o montante foi 3,6% inferior. Já o patrimônio líquido alcançou R$ 50,673 bilhões ao término de dezembro, elevação de 0,4% ante um ano antes. Em relação à cifra de setembro, foi identificada queda de 4,3%. O retorno sobre o patrimônio líquido do banco (ROE, na sigla em inglês), excluindo o ágio, ficou em 12,4% no quarto trimestre contra indicador de 12,8% nos três meses anteriores. Em um ano, teve melhora de 1,3 ponto porcentual.

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