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Luiz Furlan descarta volta ao governo, mas elogia Dilma

Por Suzana Inhesta
Atualização:

O copresidente do Conselho de Administração da BRF Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, descartou uma volta ao governo na gestão da presidente eleita, Dilma Rousseff. "Como dizem no Rio Grande do Sul, sou uma bananeira que já deu cacho. Gostei de participar do governo, tenho boas lembranças, mas não tenho saudades", disse a jornalistas, após ministrar uma palestra no evento Brazil Summit 2010, em São Paulo.Furlan foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na gestão do presidente Lula entre os anos de 2003 e 2007 e disse que além da BRF, apoiará seu filho e genro na corretora de valores Concórdia, de quem comprou da própria família o controle. "Mas não terei atividade diária por lá", explicou.Contudo, Furlan não poupou elogios a Dilma. "Tenho grande apreço para com a Dilma. Ela fez doutorado de governo de oito anos, ela tem talento para gestão, participou de grandes decisões. É inteligente e não fará bobagem. Tenho certeza de que a credibilidade que o Lula tem, ela vai construir dentro da gestão dela", declarou, ressaltando ser otimista com relação ao novo governo. "A Dilma tem o pé no chão. Pode não ter o carisma que o Lula tem, mas ninguém é substituto do Lula. Lula é igual ao Pelé, não tem substituto", completou.Para o executivo, os desafios que Dilma terá em sua gestão serão bem menores do que os que Lula enfrentou quando assumiu a Presidência. "Também acredito que o novo governo deveria escolher alguns temas para trabalhar no curto prazo, como desoneração total dos investimentos e das exportações. Nós (BRF), por exemplo, temos quase R$ 1 bilhão de créditos que não dão liquidez e que afetam nosso capital de giro", declarou, ressaltando que não vê uma reforma tributária no curto prazo, porque é um processo complexo e precisaria de uma transição muito ampla.Sobre as atuais pressões cambiais, Furlan enxerga uma grande distorção nas políticas de câmbio no mundo, mas que o problema é mais estrutural, o que acaba prejudicando países como o Brasil. "A indústria brasileira vem sofrendo com a política cambial tanto nas exportações quanto no aumento da entrada de produtos importados. Mas tem sido uma grande oportunidade para as indústrias modernizarem seus equipamentos", disse.

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