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Lula não se esquece dos bagres do Rio Madeira

Episódio é contado pelo presidente para dizer o quanto se perde tempo com certas teorias

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Por Redação
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se esqueceu dos bagres do Rio Madeira, um dos motivos do atraso nas licenças prévias para as Usinas de Jirau e Santo Antônio, em 2007. O atraso provocou uma crise tão grande na área ambiental do governo que levou à divisão do Ibama em dois, resultando no Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. Lula prometeu que, ao deixar a Presidência, vai comprar uma canoa, pegar os bagrinhos e levar ao outro lado, para que possam chegar aos Andes. Se ele vai cumprir a promessa, não dá para dizer, mas é fácil observar que o episódio ainda o revolta. Tanto é que já vem contando detalhes das conversas com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e seu secretário executivo, Claudio Langone. Numa cerimônia pública na semana passada, em Londrina, Lula não se conteve. Rememorou o episódio dos bagres do Madeira para dizer o quanto perdem tempo com teorias. "Disseram que a gente não podia fazer hidrelétrica por causa dos bagres. Eu perguntei: ?Que bagres??" Aí, segundo Lula, ela (Marina Silva) não conhecia o nome de nenhum bagre. "E eu falei: ?É o mandi-chorão que você está falando? É o bagre-africano? É o pintado? É a pirarara? É o cachara? Na verdade, era uma coisa muito teórica." O presidente referiu-se ainda a outra luta para o licenciamento das usinas do Madeira, a parte referente aos detritos carregados pela correnteza. "Vocês não queiram imaginar a briga, não queiram imaginar o que nós perdemos de meses discutindo os grãos de areia que estavam no fundo do rio. Foi preciso contratar o melhor professor do mundo (Sultan Alan) nessa matéria, que era um indiano que veio dos Estados Unidos. Ele me entregou um pote de areia de fundo do mar para mostrar como a areia corria, que não ia fazer isso e não ia fazer aquilo." Aí, disse Lula, quando tudo estava resolvido, apareceu outra pessoa para afirmar que não dava para licenciar as usinas pois havia poças de mercúrio no Madeira. "Tivemos de pegar o Ministério da Saúde e colocar uma equipe para ir lá. Tivemos de mostrar que não tinha. Finalmente nós começamos as duas hidrelétricas."

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