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Maia descarta votar a flexibilização da regra de ouro em 2018

Norma impede que o governo se endivide para bancar despesas correntes; segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o projeto foi colocado em pauta pelo Palácio do Planalto

Por Igor Gadelha , Isadora Peron e Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira, 16, em café com jornalistas, que não pautará mais neste ano proposta de flexibilização da chamada regra de ouro, que impede o governo se endividar para bancar despesas correntes. Ele disse que foi o próprio governo que pediu para a Casa tratar do tema, mas depois desistiu. "Você está achando que eu vou votar a regra de ouro?", perguntou Maia. Segundo ele, a flexibilização da regra "nunca esteve nos nossos planos" e foi incluída, a pedido do governo do presidente Michel Temer, em um projeto sobre despesas que estava sendo elaborado pelo deputado Pedro Paulo (MDB-RJ), aliado de Maia. "Eles que pediram para incluir. Pede para votar e depois tira?", questionou.

Rodrigo Maia disse que a flexibilização da regra nunca esteve nos planos da Câmara Foto: André Dusek/Estadão

A flexibilização da regra de ouro começou a ser discutida no fim do ano passado. A mudança chegou a ser assunto de café da manhã no início de janeiro entre o presidente da Câmara e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. Se aprovada, a proposta abriria caminho para que próximo presidente assumisse com menos dificuldade para administrar as contas públicas e, de quebra, evitaria que Temer corresse o risco de ser responsabilizado em 2018. Maia e Meirelles, contudo, divergiram sobre a forma de flexibilização da regra. Enquanto parlamentares defendiam a suspensão da regra por um tempo determinado, o ministro preferia que fosse adotado sistema de medidas corretivas automáticas. Sem consenso, Maia decidiu não pautar o tema, mas disse que a PEC elaborada por Pedro Paulo será apresentada.

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