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Maia diverge de líder do governo na Câmara e diz que vota nesta terça-feira projeto da repatriação

Presidente da Câmara não quer deixar votação para a semana que vem e garante que haverá quórum

Por Daiene Cardoso e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - Aliados do governo Michel Temer deixaram o plenário da Câmara comemorando a base "unida e coesa" na aprovação em primeiro turno da PEC do Teto. Outra proposta de interesse do governo, a medida que altera a lei da repatriação de recursos, deve ficar para a próxima semana, anunciou nesta noite o líder do governo, André Moura (PSC-SE).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia Foto: André Dusek/Estadão

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"Os governadores estão chegando amanhã. É buscar esse acordo que está se tentando fazer para uma votação tranquila, sem obstrução e aí é pautar na próxima semana", disse Moura. O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), acredita que não haverá quórum suficiente nesta terça-feira, 11, e que a votação da repatriação deve ficar mesmo para a próxima semana.

A posição de Moura e Rosso diverge do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer votar a matéria nesta terça-feira de qualquer forma. "Na próxima semana não vota", garantiu Maia ao Broadcast Político, sistema de informações em tempo real do Grupo Estado. O presidente acredita que se houver acordo com os líderes partidários, é possível ter quórum para apreciar a repatriação antes do feriado de 12 de outubro.

Vitória. Nesta segunda-feira, 10, o governo conseguiu aprovar o texto-base da PEC do Teto com 366 votos a favor, número semelhante à aprovação da admissibilidade do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (aprovado por 367 votos) em abril. Na avaliação dos governistas, o número mostra que a base aliada está intacta. "Isso demonstra que a base continua unida", disse Moura, lembrando que hoje estiveram presentes 480 deputados na sessão e que a base aliada pode ser até maior do que os 366 deputados que votaram com o governo nesta noite, uma vez que 33 deputados não compareceram.

O relator da PEC, Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse que a aprovação da medida permite com que o País saia "do cheque especial" em até 10 anos e dá a possibilidade ao governo de alterar a legislação futuramente com a recuperação do crescimento econômico. "O paciente é grave, precisa de um projeto consistente para recuperar", destacou.

Perondi afirmou que o País se afasta do "precipício" e o "colapso fiscal", mas ainda é preciso garantir a aprovação da PEC em segundo turno e promover a reforma da Previdência. "Sem a reforma da Previdência, a vitória de hoje não vai adiantar", observou. O relator disse que não se muda um país "quase quebrado" de uma hora para outra. "Isso demora. E o parlamento viu isso, enfrentou e vai manter essa consciência", apostou.

Moura também apontou a reforma da Previdência como próximo passo do governo e defendeu o mesmo diálogo com a base para garantir a aprovação da matéria. Ele disse que o projeto deve chegar no Congresso nas próximas semanas.

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