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Maia diz que privatização da Eletrobrás fica mais difícil com Moreira Franco

Presidente da Câmara disse que pediu que Carlos Marun assuma negociações políticas porque o novo ministro tem 'uma articulação muito ruim'

Por Daiene Cardoso e Anne Warth
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pediu ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que assuma as articulações políticas em torno do projeto de privatização da Eletrobrás.

Na avaliação dele, a escolha do novo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, em substituição a Fernando Coelho Filho, dificulta a tramitação do projeto de lei de privatização da Eletrobrás.

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Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) Foto: Marcos Corrêa/PR

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"Fiquei preocupado. A base não consegue colocar quórum com a boa articulação que o ex-ministro Fernando tem aqui na Câmara. Com o novo ministro, que tem uma articulação muito ruim aqui na Câmara, fiquei preocupado e pedi ao Marun que articulasse melhor isso. Se já estava difícil, com um articulador pior, as chances de não avançar são muito grandes. Como sou a favor do projeto, alertei a base e o ministro", disse Maia, ao Estadão/Broadcast.

O projeto já enfrenta dificuldades na comissão especial da Câmara, onde a oposição, que é minoria, tem conseguido obstruir os trabalhos.

Em reunião realizada hoje (10) com líderes partidários, Maia disse que as chances de a proposta prosperar são pequenas, pois Moreira Franco não tem uma boa relação com o Congresso Nacional. Para avançar, a articulação política do governo tem que melhorar muito, disse o deputado. Uma outra liderança da Câmara disse que, agora, com Moreira Franco, a comissão especial e o projeto de lei "afundam de vez".

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Fernando Coelho Filho deixou o cargo de ministro para concorrer às eleições. Ele era do PSB, mas deixou o partido no ano passado. Há duas semanas, filiou-se ao MDB, mas depois de conflitos com o diretório regional de Pernambuco, decidiu migrar para o DEM.

A transferência para o DEM tirou do ex-ministro cacife para indicar como seu sucessor o secretário-executivo da Pasta, Paulo Pedrosa, para a sucessão do Ministério de Minas e Energia, em um momento que o MDB reivindicava a retomada do controle da pasta. Moreira Franco, que precisa de foro, deixou a Secretaria-Geral da Presidência da República e assumiu o MME.

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Deputados da base aliada admitem que não há mobilização do governo em favor da tramitação rápida do projeto que permite a privatização da Eletrobras. Incomodado com a letargia do Palácio do Planalto, o relator José Carlos Aleluia (DEM-BA) já disse que pode desistir das discussões e levar o projeto de lei para votação direta no plenário da casa. 

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