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Maioria dos brasileiros pretende usar 1ª parcela do 13º para pagar dívidas, segundo ACSP

Pesquisa também aponta que 8,6% dos trabalhadores planejam usar o valor recebido para comprar presentes de fim de ano

Por Marina Dayrell
Atualização:
Ela também planeja poupar parte do valor recebido para visitar a filha nos Estados Unidos. Foto: JF DIORIO/ESTADÃO

Com a chegada do final de ano, 42,9% dos brasileiros pretendem usar a 1ª parcela do 13º salário para quitar as dívidas, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Instituto Ipsos. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que a economia do país receberá R$200,5 bilhões até dezembro devido ao pagamento do 13º.

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O valor, que, segundo o Dieese, equivale a aproximadamente 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), será pago a cerca de 83 milhões de trabalhadores do mercado formal.

De acordo com a ACSP, os brasileiros que pretendem destinar o dinheiro para a compra de presentes saltou de 5%, em 2016, para 8,6%, em 2017. Já os trabalhadores que têm a intenção de gastar a quantia com viagens cresceu de 2,5%, em 2016, para 8,6% este ano. A pesquisa também mostra que 22,9% planejam poupá-lo e 17,1% ainda estão indecisos. 

Comércio. O economista da ACSP, Emílio Alfieri, acredita que os pontos mais relevantes do levantamento se referem ao aumento das intenções de comprar e viajar, além da diminuição no número de indecisos. 

“No ano passado, eles eram 22,5%. Essa é uma boa notícia para o varejo porque os indecisos podem acabar gastando esse dinheiro em compras. Em uma hipótese otimista, podemos ter cerca de R$25 bilhões da primeira parcela do 13º destinados ao comércio”. 

O economista alerta que, apesar do crescimento, as vendas de fim de ano ainda não irão alcançar os valores de 2014, considerado o último natal com saldo positivo. “Nós tivemos dois anos de recessão, em 2015 e 2016. Agora as pessoas estão menos pessimistas e com menos medo. Depois de dois anos, poder sair do vermelho é um respiro”. De acordo com a ACSP, na melhor das previsões, o varejo pode chegar ao nível de 2014 apenas em 2020.

A expectativa de Alfieri é de crescimento nas vendas de bens duráveis. “A classe AB ficou menos pessimista, está com mais dinheiro e mais crédito. Além das lembrancinhas, podemos ter bens de maior valor e, até mesmo, veículos”. Alfieri aponta que as TVs de tela fina podem ser uma das grandes apostas de venda em função do fim do padrão analógico. 

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De acordo com a economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Izis Janote, a expectativa do comércio em receber parte do 13º reflete o aumento da confiança do comerciante. Em outubro, o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC), realizado pela CNC, obteve aumento de 1,2% em relação ao mesmo período de 2016.

“Nós concluímos que, para o final do ano, os comerciantes estão mais dispostos a investir na renovação de estoque, na contratação de funcionários e no capital da própria empresa”, diz. 

Dívidas. A professora Simone Perin, de 53 anos, planeja usar a maior parte do 13º para resolver pendências financeiras. Com a somatória do que ela e o marido recebem, eles pretendem quitar o cheque especial e o cartão de crédito.

“Nós ainda usamos 10% para fazer a festa de final de ano, que costuma ter pratos mais caros, e comprar presentes melhores para os nossos filhos. Também reservamos 5% para caridade.”. O que sobrar do 13º ela espera poupar para visitar uma das filhas que mora nos Estados Unidos. 

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