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Mais da metade das empresas brasileiras está inadimplente, diz Serasa Experian

Número de empresas com dívidas em atraso bateu recorde em abril, somando 4,4 milhões de companhias

Por André Ítalo Rocha
Atualização:
Segundo o economista, a demora das empresas para reagir a uma crise é um dos principais fatores que levam as companhias a entrar em recuperação judicial. "É preciso que seja feito algo rápido, na estrutura operacional, no modelo de negócios ou em relação às dívidas para evitar uma crise mais grave", explica. Foto: Pixabay

SÃO PAULO - O número de empresas inadimplentes no Brasil bateu recorde em abril, mostra levantamento feito pela Serasa Experian. Segundo a pesquisa, 4,4 milhões de companhias estão com dívidas em atraso, mais da metade das cerca de 8 milhões de empresas em operação no País. O recorde anterior era de junho do ano passado, quando 3,8 milhões de empresas estavam negativadas. O volume atual de dívidas atrasadas soma R$ 105,6 bilhões.

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O levantamento aponta ainda que, do total de companhias inadimplentes, 45,2% são comerciais (lojas de vestuário, concessionárias, lojas de eletrônicos, entre outros), 45% são do segmento de serviços (bar, restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros) e 8,9% são indústrias. O Sudeste é a região que concentra a maioria das empresas com dívidas em atraso do país: 51%. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 17,9%, seguido do Sul (16,6%), Centro-oeste (8,9%) e Norte (5,7%).

Quase metade das empresas inadimplentes conta com quatro dívidas ou mais (48,5%). Depois estão aquelas com uma dívida em atraso (29,9%) e as empresas com duas pendências financeiras (13,3%). As companhias com três dívidas atrasadas são minoria (8,3%). A maioria das empresas está inadimplente com apenas um credor (57,1%). Do total, 22,4% têm conta em atraso com mais de três credores e 20,5% apresentam pagamentos pendentes para dois credores.

Para economistas da Serasa, a inadimplência das empresas preocupa mais do que a do consumidor. "O quadro recessivo que se instalou na economia brasileira desde o ano passado afeta diretamente o ritmo dos negócios e, por consequência, a geração de caixa por parte das empresas. Além disto, a crescente elevação dos custos financeiros (taxas de juros mais altas) e de mão-de-obra (salários crescendo acima da produtividade) impõe maiores dificuldades financeiras para os negócios", dizem os analistas em nota.

Eles alertam também para o fato de que a maior parte das empresas negativadas são de pequeno ou médio porte. Estas, que concentram a geração de emprego no Brasil, podem não conseguir honrar suas dívidas e acabar atrasando o pagamento de salários, o que ajudaria a elevar as taxas de desemprego.

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