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Marcas investem pesado nos blocos de rua

Empresas vão além dos sambódromos para disputar a atenção dos foliões no carnaval

Por Marina Gazzoni
Atualização:

Quem for às ruas pular carnaval provavelmente vai encontrar atrativos além dos blocos e trios elétricos. As empresas querem aproveitar o burburinho para mostrar suas marcas, dar mimos aos consumidores e até criar atrações próprias.

Ao desembarcar no aeroporto de Salvador, os turistas serão recebidos por uma ala de baianas com promotores da marca Schin. A Caixa vai dar as boas vindas no Rio e espalhar 100 placas com decoração de Carnaval na cidade de São Paulo. Um “dragão” gigante da marca de preservativos Olla vai flutuar no meio dos bloquinhos do Rio. E uma infinidade de logos estará nos carros de som.

Representantes da cerveja Amstel distribuem chapéus no bloco de rua Bicho Maluco Beleza em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA | ESTADAO CONTEUDO

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Tudo isso custa caro. Mesmo nos eventos abertos ao público, as marcas têm de pagar para falar com os foliões. Em São Paulo e no Rio, por exemplo, o carnaval de rua é um evento proprietário da Prefeitura. Para entrar na festa, as marcas têm de comprar uma cota de patrocínio oficial ou financiar os blocos de rua. Fora isso, qualquer ação é considerada marketing de emboscada, uma estratégia que as prefeituras prometem coibir.

Os patrocinadores oficiais pagam boa parte da estrutura do evento. Está na conta deles a instalação de banheiros químicos, cercas em monumentos históricos e as ambulâncias de plantão. As duas prefeituras contrataram a produtora Dream Factory para organizar o evento e, em troca, deixaram ela vender cotas de patrocínio. No Rio, o custo estimado do Carnaval é de R$ 25 milhões, valor que inclui também os investimentos públicos, como reforço ao policiamento. Em São Paulo, a conta é de R$ 10,5 milhões –35% financiado por patrocinadores.

No caso do Rio, o patrocínio oficial é de Caixa, Antarctica e Olla. Em São Paulo, quem paga a festa é a Amstel, do grupo Heineken, e a Caixa. Os vendedores ambulantes serão cadastrados pela Prefeitura e venderão as marcas das cervejas oficiais.

Olla terá dragão de 12 metros nos blocos de rua Foto: DIV

A Amstel, que foi lançada no Brasil em agosto do ano passado, será a primeira cervejaria a patrocinar o carnaval de São Paulo e quer crescer junto com o evento. “Vimos no carnaval paulistano a oportunidade de promover a experimentação do nosso produto por quase 2 milhões de pessoas”, disse a vice-presidente de marketing da Heineken Brasil, Daniela Cachich. Durante o evento, a Amstel vai oferecer brindes “funcionais” para o folião, como bolsa para celular e protetor de lata de neoprene. A marca também vai trazer chope no evento, por meio de “beer station”, que já foi usada pela Heineken no Rock in Rio.

A Antarctica está no carnaval do Rio há sete anos e já dominou as ruas. Há guarda-sóis da marca com oferta de cerveja espalhados pela cidade. E por todo o lado há foliões usando o chapéu panamá que a marca distribui. “O carnaval do Rio é aberto, democrático e o patrocínio reforça o posicionamento da marca e a conexão com o estilo de vida do carioca”, disse a diretora de marketing de Antarctica, Maria Fernanda de Albuquerque.

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Antarctica patrocina carnaval há sete anos Foto: MARCELO FONSECA | PAGOS

Atrações. O Itaú, que patrocina o carnaval de Salvador há sete anos, mudou de estratégia no ano passado. Em vez de ações atrás dos trios elétricos, a banco criou uma Vila Infantil em uma das principais praças da cidade. Lá haverá bandas folclóricas, palhaços e uma “escolinha” de bicicleta. “A nossa marca era uma no meio de várias e não era notada. A Vila Infantil qualificou a experiência da marca”, disse a superintendente de relações institucionais do Itaú, Luciana Nicola. Neste ano, a ação se estenderá também para bairros fora do circuito do carnaval.

A Trident também criou sua própria atração, um trio elétrico, que saiu ontem de Salvador e vai percorrer quatro cidades do Nordeste até sábado. A ideia de uma festa que dura vários dias foi pensada para promover o mote do produto “mais sabor por mais tempo”, explica o gerente de marketing de Trident, Felipe Michelotti. “Outra vantagem é que temos controle do evento e podemos oferecer uma melhor experiência com a marca.”

Itaú criou atrações para crianças em Salvador Foto: DIV
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