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Para ter acesso a aposentadoria integral será preciso contribuir 40 anos, diz Meirelles

Ministro da Fazenda também destacou que reforma terá um efeito fiscal equivalente a 60% da economia prevista originalmente na proposta do governo

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Por Eduardo Rodrigues
Atualização:

Após reunião no Palácio da Alvorada com presidente Michel Temer e os governadores, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou nesta quarta-feira, 22, que para ter acesso ao valor integral da apostandoria, o novo texto da reforma vai exigir tempo de contribuição mínima de 40 anos.

Segundo Meirelles, a reforma da Previdência terá um efeito fiscal equivalente a 60% da economia prevista originalmente na proposta do governo. O relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA), aprovado na comissão especial da reforma proporcionaria uma economia de 75% do valor original, que era de quase R$ 800 bilhões em 10 anos.

O ministro confirmou que o novo texto mantém a regra de transição para as pessoas que já estão mais próximas da aposentadoria. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Com a reunião, pretendia-se sensibilizar os presentes sobre a necessidade da aprovação da reforma. A ideia é que os governadores, assim como os prefeitos, ajudem na mobilização com a base aliada para o governo conseguir os 308 votos necessários. Nesta noite, Temer voltará ao Alvorada para receber líderes também no esforço pela aprovação da reforma.

"Nossos cálculos apontam que o novo texto mantém uma economia de cerca de 60% do valor original, que era de pouco menos de R$ 800 bilhões. Ou seja, é um valor substancialmente maior que 50% como vínhamos afirmando. Pode ser um pouco mais ou um pouco menos de 60%, estamos fazendo os ajustes finais", disse Meirelles ao retornar ao Ministério da Fazenda.

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O ministro confirmou que o novo texto mantém a regra de transição para as pessoas que já estão mais próximas da aposentadoria. Além disso, o tempo mínimo de contribuição ficará em 15 anos e não 25 anos como na proposta original do governo. Quem se aposentar com apenas 15 anos de contribuição, no entanto, terá direito a 60% do salário. Para receber 100% será necessário contribuir por pelo menos 40 anos, mantido o salário mínimo como piso dos benefícios. "Hoje os 20% mais pobres da população não conseguem contribuir durante muito tempo para o INSS. E com a regra de transição essas mesmas pessoas irão conseguir se aposentar mais cedo nos primeiros anos da vigência da reforma", disse o ministro.

Segundo ele, outro ponto da proposta que está mantido é a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens, obedecendo a regra de transição, e a equiparação dos regimes dos trabalhadores privados e dos servidores públicos. O Estadão/Broadcast apurou, no entanto, que a flexibilização das idades mínimas de aposentadoria já está na mesa de negociação. Integrantes da base aliada na Câmara articulam nos bastidores meios para emplacar idades menores, de 60 anos para homens e 58 anos para mulheres. A proposta será levada à discussão hoje no jantar com lideranças políticas e com o presidente Michel Temer.

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O ministro também confirmou que não haverá mudanças nas regras atuais do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria de trabalhadores rurais. Esses pontos foram retirados da reforma.

Na reunião com os governadores, Meirelles voltou a apresentar dados que mostram que, sem a reforma, as despesas previdenciárias irão consumir 80% do orçamento daqui a 10 anos. Segundo o ministro, a reunião foi positiva e, com uma nova reunião à noite com os parlamentares da base aliada, o governo deve obter o apoio necessário para o andamento da reforma.

Questionado se o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, teria o procurado para conversar sobre empréstimo ao governo fluminense previsto no Regime de Recuperação Fiscal do Estado, o ministro respondeu que não cabe ao Tesouro Nacional determinar quando a operação de crédito será realizada. O banco BNP Paribas venceu a licitação para fazer empréstimo ao Rio com a garantia da União.

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