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Meirelles descarta reavaliar meta inflacionária de 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, negou que o governo possa reavaliar a meta inflacionária para 2006, de 4,5%, uma reivindicação, entre outros, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "O debate sobre as metas é legítimo, a sociedade tem o direito de fazer isso", afirmou. "Mas as metas para 2005 e 2006 estão fixadas e, em junho, o CMN (Conselho Monetário Nacional) vai fixar a meta de 2007." Sobre a valorização do real, e o temor de que isso possa afetar negativamente as exportações do País, Meirelles disse que o BC já manifestou "com toda clareza" que não tem meta de taxa de câmbio. "O objetivo é a recomposição de reservas, o que está sendo cumprido com sucesso, pois elas estão num nível cada vez melhor." Meirelles evitou fazer previsões sobre quando o Brasil poderá atingir o "grau de investimento" na classificação de risco. "Mais importante que o grau de investimento em si é a antecipação que o mercado possa fazer do dele", destacou. "O importante é quando o mercado vê o grau de investimento no horizonte, a partir daí as coisas se ajustam positivamente." Superávit primário Meirelles disse que o superávit primário do governo federal em abril - arrecadação menos despesas, exceto pagamento de juros -, que foi de 5,02% do PIB e superou as expectativas, terá um efeito positivo sobre a política monetária do País. "Não há dúvida que quanto maior o superávit primário, melhor para a política monetária", afirmou Meirelles, logo após desembarcar em Tóquio, no Japão, para se juntar à comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os analistas de mercado, é cada vez maior a avaliação de que o governo vai buscar um superávit primário superior à meta de 4,25% do PIB para este ano, com o objetivo de tirar parte do peso que recai atualmente sobre os juros no controle inflacionário, tentando assim antecipar um eventual processo de relaxamento monetário. Meirelles observou, no entanto, que é preciso considerar o tempo que um superávit mais elevado leva para influenciar positivamente a economia. "Existe a questão da defasagem, isso é importante mencionar", disse. "A ação sobre a economia dos diversos tipos de instrumentos de política econômica, como a política monetária ou fiscal, tem defasagens diferentes, não são coisas que podem ser substituídas."

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