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Meirelles diz que aumento de imposto é 'suficiente' no momento

Em visita à Argentina, ministro minimizou reajuste e disse que alta do combustível evita inflação maior

Por Carla Araujo
Atualização:

MENDOZA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou há pouco que, “no momento”, a elevação do PIS/Cofins anunciado pelo governo nesta quinta-feira é suficiente e que “em última análise” todas as medidas econômicas são para beneficiar o consumidor. “Certamente (o aumento pesa no bolso do consumidor), mas, por outro lado, pesa no bolso do cidadão quando o juro é mais caro, quando em função do déficit publico a inflação é maior”, disse. “Tudo que nós fazemos, em última analise é para beneficiar o bolso do cidadão.” 

Meirelles destacou que além da alta de tributo o governo anunciou um corte adicional de gastos. “Não é so aumentar impostos, os gastos públicos estavam muito comprimidos e se cortou ainda mais”. Ao ser questionado se haverá novos aumentos de imposto respondeu:“No momento é suficiente.”Segundo o ministro, o momento para aumentar o tributo era o ideal porque “a inflação está reagindo muito bem, caindo bastante” e a medida não deve prejudicar a retomada do crescimento. “A nossa expectativa é que isso vai consolidar a trajetória do crescimento, exatamente porque vai manter o nível de confiança, manter o nível de confiança no ajuste fiscal, nível de confiança na economia”, afirmou. 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles Foto: Gabriela Bilo/Estadão

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Meirelles reiterou ainda que as mudanças no texto da Medida Provisória 783, que instituiu no Novo Refis (programa de parcelamento de débitos tributários) e previa arrecadação de R$ 13,3 bilhões em 2017, geraram frustração e incertezas que contribuíram para a decisão de elevar o PIS/Cofins. “Uma razão importante é devido as mudanças muitos fortes no projeto do Refis diminuindo bastante a arrecadação prevista e gerando muita incerteza sobre qual será de fato. Muitas empresas adiaram ou não se inscreveram no programa de adesão até agora”, afirmou. 

Segundo ele, com essa incerteza criou-se a necessidade de receitas adicionais. “Além do mais existe a questão que nós estamos de fato ainda enfrentando os efeitos da recessão de 2015, 2016, mas os efeitos fiscais estão ocorrendo este ano”, declarou. 

Meirelles destacou que a primeira reação dos agentes econômicos a medida foi positiva e mostra que o importante “é manter o equilíbrio fiscal e em consequência manter o emprego”. O ministro destacou ainda que o país registrou três meses seguidos de uma criação liquida positiva de emprego depois de três anos e que acredita que o desemprego vai cair no segundo semestre. “Para isso é muito importante manter o ajuste”, frisou.

Questionado de o emprego não pode ter um impacto do efeito da sazonalidade de postos criados pelo agronegócio, que tendem a diminuir nos próximos meses, Meirelles afirmou quemesmo depois da dessazonalização “o crescimento do emprego ainda é positivo”. “Esta se disseminando o crescimento (do emprego) em outros setores da economia.”