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Mercado mantém a previsão sobre juros, mostra pesquisa do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

As instituições financeiras ouvidas na pesquisa semanal do Banco Central (BC) mantiveram as apostas de juros a 16% ao ano no final de abril. A decisão traz embutida a expectativa de repetição da dimensão do corte verificado na semana passada, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu a maior parte do mercado e reduziu a taxa básica de 16,50% para 16,25% ao ano. O sentimento de maior cautela foi acompanhado de uma elevação das projeções de juros para o final do ano de 13,84% para 14% ao ano, estreitando o espaço de queda dos juros ao longo do ano de 2,66 para 2,5 pontos porcentuais. Apesar dessa piora das expectativas, as estimativas de juro médio para o ano em curso permaneceram estáveis em 15,20% ao ano. Para o final de 2005, as projeções de juros foram mantidas em 12,50% ao ano, embutindo uma previsão de queda de 1,5 ponto porcentual ao longo do ano. A estabilidade foi acompanhada por uma elevação das estimativas de taxa média de juros no próximo ano de 13,25% para 13,26% ao ano, porcentual ainda abaixo dos 15,20% projetados para este ano. Sobe a projeção do IPCA As projeções de mercado para o IPCA de 2004 aumentaram de 5,95% para 6%. A elevação ocorreu na mesma semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por 6 votos a 3 reduzir os juros de 16,50% para 16,25% ao ano. Com o aumento, o porcentual projetado distanciou-se um pouco mais do centro da meta de 5,5% perseguido pela política monetária conduzida pelo BC. As estimativas de IPCA acumulado em 12 meses seguiram a mesma tendência e avançaram de 5,38% para 5,46%, um porcentual ainda abaixo dos 5,64% estimados há quatro semanas. As previsões de IPCA para 2005, por sua vez, ficaram estáveis em 5%, um porcentual ainda fora do centro da meta de 4,5% já fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o próximo ano. As estimativas de IPCA para o corrente mês apresentaram a mesma tendência de estabilidade e ficaram nos mesmos 0,43% da pesquisa anterior. As previsões para abril também não se alteraram e permaneceram estáveis em 0,40%. A mesma pesquisa detectou um aumento das estimativas de IGP-DI para março de 0,53% para 0,71% e das expectativas para abril de 0,40% para 0,47%. As previsões de IGP-M para março aumentaram, na mesma pesquisa, de 0,64% para 0,90% e as expectativas para abril subiram de 0,45% para 0,50%. As expectativas para o IPC-Fipe de março e abril, por sua vez, ficaram estáveis em 0,35% e 0,40%, respectivamente. Cai a projeção dos preços administrados As projeções de mercado para o reajuste dos preços administrados neste ano recuaram de 7,10% para 7% na pesquisa semanal do BC. O porcentual estimado pelas instituições financeiras ouvidas é semelhante ao previsto no levantamento feito há quatro semanas. As previsões de aumento dos administrados no próximo ano ficaram estáveis nos mesmos 6% da pesquisa divulgada na semana passada. Fica estável a projeção do dólar As projeções de taxa de câmbio para o final do ficaram estáveis em R$ 3,05. A estabilidade das projeções foi acompanhada de manutenção das expectativas de taxa média de câmbio do ano em curso nos mesmos 2,96 da pesquisa anterior. A mesma tendência de estabilidade foi seguida pelas estimativas de câmbio ao final de 2005, que permaneceram nos mesmos R$ 3,25 do levantamento divulgado na semana passada. As previsões de câmbio médio para o próximo ano também não se alteraram e permaneceram em R$ 3,16. As expectativas de taxa de câmbio para os finais deste e do próximo mês também não se alteraram e ficaram em R$ 2,90 e R$ 2,92, respectivamente. Fica estável a projeção da relação dívida-PIB As projeções mercado para a dívida líquida do setor público neste ano ficaram estáveis em 56,50% do Produto Interno Bruto (PIB). As previsões para 2005 também não se alteraram e permaneceram nos mesmos 55% do PIB da pesquisa anterior. As estimativas de superávit primário do setor público neste e no próximo ano ficaram estáveis em 4,25% do PIB, mesmo com o anúncio do governo de implantar uma política fiscal anticíclica a partir de 2005. Cai a projeção de crescimento do PIB As projeções de mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano recuaram de 3,56% para 3,54%. O porcentual estimado, apesar de menor, ainda está em linha com estimativas de crescimento de 3,5% feitas pelo governo. Para 2005, as previsões de crescimento econômico recuaram de 3,76% para 3,71%, permanecendo, entretanto, num patamar superior ao estimado para o corrente ano. As previsões de fluxo de investimento estrangeiro direto para este ano caíram, na mesma pesquisa, de US$ 12,50 bilhões para US$ 12,10 bilhões, ficando mais distantes dos US$ 13 bilhões projetados pelo próprio BC. As expectativas de IED para 2005 no entanto ficaram estáveis pela sexta semana consecutiva em US$ 15 bilhões.

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