O dólar abriu a semana em alta, avançando 0,60% nesta segunda-feira, 22, e terminou os negócios cotado a R$ 3,2716. Já a Bolsa encerrou o pregão em baixa de 1,54%, aos 61.673,49 pontos, refletindo a preocupação dos investidores com o cenário político brasileiro e o avanço das reformas trabalhista e da Previdência no Congresso. Também é crescente a percepção crescente de que o presidente Michel Temer não conseguirá se manter no cargo e que as reformas não avançarão enquanto a crise não for resolvida.
No entanto, a afirmação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que entre 5 e 12 de junho "vamos começar votação da reforma da Previdência no plenário" ajudou a tirar um pouco mais de pressão dos negócios no final desta tarde.
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Antes, câmbio, taxas e também a Bolsa haviam respondido com algum alívio ao anúncio de que o parecer do projeto da reforma trabalhista será lido normalmente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) amanhã, além da informação de que o pedido da defesa do presidente Michel Temer para suspender o inquérito contra o peemedebista no Supremo Tribunal Federal (STF) será pautado para julgamento apenas após a conclusão da perícia nos áudios gravados pelos empresários da JBS.
A defesa, aliás, passou a defender que o inquérito contra Temer não seja mais suspenso. Ainda assim, o fechamento seguiu refletindo o tom de incerteza que dominou as operações nesta segunda-feira, em reação aos desdobramentos da crise no Palácio do Planalto.
Tanto nas mesas quanto entre analistas há dúvidas sobre desfechos possíveis e o timing deles, além dos possíveis impactos na agenda de reformas e na economia. Nos ativos, o Ibovespa retomou o nível dos 61 mil pontos perdido mais cedo esta sessão, ainda assim terminando com baixa de 1,54%.
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As perdas foram lideradas pela JBS, cujas ações desabaram cerca de 30%. Na outra ponta, limitando a queda, estiveram os papéis beneficiados pela valorização do dólar, como exportadoras de celulose.
No caso da moeda americana, mesmo com o Banco Central realizando a venda de dólares - em uma operação chamada de swap cambial, que contém a alta - a divisa manteve o movimento de alta durante toda a sessão e chegou a bater R$ 3,3194. Foram vendidos 40.000 contratos de swap cambial (US$ 2 bilhões) oferecidos no primeiro leilão do dia, ocorrido entre 9h30 e 9h40.
Nesta segunda-feira, 22, consultoria Eurasia divulgou que a probabilidade de 70% de Temer cair, acima dos 20% estimados desde dezembro do ano passado. O cenário mais provável é que a saída do peemedebista do governo ocorra "rapidamente", de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira, 22.