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Mercados terão teste definitivo sobre Argentina

A crise argentina chegou ao seu momento decisivo. O presidente renunciou em meio à convulsão social e ao esgotamento financeiro. O calote é certo, mas não se sabe o que mais virá. Nos próximos dias, os mercados serão testados para o contágio da crise.

Por Agencia Estado
Atualização:

O desfecho da crise argentina está sendo traumático e desordenado, tudo o que os investidores não queriam. O presidente renunciou, os saques e manifestações violentas continuam em meio à decretação do estado de sítio, e o próximo governo - seja ele qual for - herda um país falido. Certamente virá o calote da dívida. E, como foi decretado feriado bancário e cambial amanhã, esperam-se outras medidas econômicas. Ontem os mercados brasileiros reagiram com certa indiferença, mas a escalada dos eventos aumenta muito as incertezas, e hoje os negócios podem ser bem mais tensos. O governo brasileiro fez o que pôde ontem para conter o pessimismo - com sucesso, aliás. O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, veio a público para reforçar o bom desempenho da economia e as perspectivas otimistas para 2002. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também ajudou. A instituição reitera que o Brasil poderá sacar recursos para evitar contágio pela crise argentina, o que a equipe econômica diz nem cogitar. Ainda assim, é mais uma garantia. No mercado de câmbio, que é mais afetado diretamente pelo cenário externo adverso, as fortes entradas de recursos e a divulgação pelo Banco do Brasil de uma emissão em torno de US$ 1 bilhão ao longo de 2002 ajudaram a conter a alta do dólar. Como previam os analistas, pode haver um impacto inicial nesses próximos dias, já que a crise argentina está se configurando no cenário mais desordenado. Assim que o próximo governo assumir são esperadas medidas econômicas urgentes. Hoje será feriado bancário na Argentina, mas pode vir um pacote na segunda-feira. O mais provável, segundo analistas, é que, depois do calote da dívida, haja uma desvalorização cambial, já que a raiz dos problemas argentinos é o peso sobrevalorizado em regime de paridade com o dólar. Mas há quem diga que, depois da desvalorização, a Argentina poderia voltar novamente a um regime de câmbio fixo, mas com uma outra paridade. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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