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Mercados tranqüilos atentos à Argentina

A crise argentina aprofunda-se a cada dia, mas os mercados no Brasil resistem e mantêm a tranqüilidade. Grande parte do desfecho para a Argentina já era previsto pelos analistas. Resta saber como o país vai sair da crise e as influências disso para os mercados emergentes.

Por Agencia Estado
Atualização:

A grave situação argentina concentra a atenção dos investidores neste final de ano. Grande parte da deterioração das condições do país vizinho já era esperada, o que faz com que o impacto nos mercados brasileiros seja reduzido. Antes de decidir sobre sua política econômica, a Argentina terá que reorganizar-se politicamente, o que pode ser difícil diante de uma forte convulsão social. Segundo apuração da correspondente em Buenos Aires Marina Guimarães, o lugar deixado pelo presidente Fernando De la Rúa, que renunciou ontem, será ocupado temporariamente pelo senador Ramón Puerta, presidente do Senado. Puerta afirmou que ocupará o cargo por somente 48 horas, período necessário para que a Assembléia Legislativa - sessão conjunta do Senado e da Câmara - escolha o substituto de Fernando De la Rúa. A partir de uma melhora nas condições políticas da Argentina, analistas acreditam que a desvalorização do peso é uma situação quase inevitável. A desdolarização dos contratos corrigidos pela moeda norte-americana, ou seja, a mudança do valor destes contratos em dólares para pesos é outra conseqüência muito provável (veja mais informações no link abaixo), o que deve gerar problemas para empresas que têm dívidas no exterior, pois passariam a receber em pesos, mas suas dívidas continuariam vinculadas ao dólar. Há também a alternativa da dolarização da economia após a desvalorização. O problema, neste caso, é que a economia do país ficará totalmente vinculada às condições norte-americanas, o que pode dificultar muito a retomada do crescimento econômico. Qualquer que seja a saída para a Argentina, é consenso entre os analistas que haverá perdas tanto para o setor empresarial quanto para a população. Hoje é feriado na Argentina, que poderá se prorrogar até a próxima segunda-feira. Analistas e investidores mantêm-se atentos aos próximos acontecimentos na Argentina. Veja os números do mercado financeiro O dólar comercial abriu em alta de 0,26% em relação aos últimos negócios de ontem, sendo cotado a R$ 2,3450 na ponta de venda dos negócios. Mas as cotações reverteram a tendência e às 11h15 o dólar era vendido a R$ 2,3240, em queda de 0,43%. No mercado de juros, os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 20,130% ao ano, frente a 20,140% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com alta de 1,90%. Nos Estados Unidos, as bolsas ainda não abriram, mas os negócios no mercado futuro indicam que a tendência é de uma abertura positiva. Logo mais, às 11h30, sai a segunda revisão do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do terceiro trimestre, cuja previsão é de queda de 1,1%. Às 13 horas saem os dados de renda pessoal e gastos com consumo em novembro. Os números são importantes, pois sinalizam o ritmo da atividade econômica norte-americana. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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