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Mercosul inicia negociações para acordo de livre comércio com o Canadá

Autoridades esperam fechar acordo ainda neste ano

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
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O Mercosul iniciou nesta sexta-feira, 9, negociações para um acordo comercial com o Canadá que as autoridades esperam concluir ainda neste ano e consideram uma mensagem de apoio ao livre comércio, na contramão de políticas protecionistas.  A primeira rodada será em Ottawa, em 19 de março, o que concretizará um processo cujas discussões tiveram início em 2010.

Após anúncio de Donald Trump em aumentar tarifas para importação do aço, Mercosul e Canadá vão iniciar tratativas para um acordo de livre comércio Foto: Divulgação

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Os ministros brasileiros da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, e das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, estão no Paraguai para participar da cerimônia de lançamento das negociações com seus pares do bloco sulamericanos e ministros canadenses. + OMC pede que governos 'conversem' para evitar barreiras comerciais Em nota, o ministro Jorge de Lima disse que as negociações envolvem um acordo amplo, que abrange o comércio e bens, serviços, compras governamentais, pequenas e médias empresas e propriedade intelectual. Em 2017, o fluxo comercial entre Brasil e Canadá foi de cerca de US$ 4,5 bilhões, com um superávit para o Brasil de cerca de US$ 950 milhões.

"O Canadá é um importante e exigente mercado consumidor. Esperamos um aumento expressivo e a diversificação da nossa pauta exportadora que hoje é bastante concentrada", disse.+ Tarifa de Trump ao aço e alumínio divide Europa

O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, afirmou que a medida visa combater o discurso protecionista. “Este lançamento está transmitindo uma mensagem política muito importante para a comunidade internacional, já que hoje estamos vendo o início do que pode ser um retrocesso no livre comércio e um protecionismo que acreditávamos superado”, disse Loizaga.

“Estamos enviando uma mensagem ao mundo”, concordou o ministro canadense François-Philippe Champagne, que destacou as possibilidades de intercâmbio com o quarto maior bloco comercial do mundo, que tem uma população combinada de 260 milhões de habitantes.

O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, explicou que o pacto tem um caráter “progressista” porque não aborda unicamente questões tarifárias ou de impostos, mas estabelece regras vinculadas ao gênero, às pequenas empresas e ao meio ambiente.+ Brasil diz que recorrerá da taxa do aço

“Calculo que até o final deste ano, com toda certeza, poderia acontecer”, declarou em relação à conclusão do acordo.

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As negociações iniciam após os Estados Unidos anunciarem sobretaxas à importação de aço e alumínio brasileiro. "Enquanto alguns atores internacionais se fecham, o Brasil e os sócios do Mercosul têm demonstrado que é fundamental a integração dos nossos mercados às cadeias globais de valor. A negociação de novos acordos, como este com o Canadá, é um importante caminho", completou o ministro brasileiro. /COM REUTERS

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