PUBLICIDADE

Minas e Energia cobra Justiça por projeto de energia para Roraima

Interligação elétrica do Estado ao restante do País depende de manifestação da Funai, do Ministério da Justiça

Foto do author André Borges
Por André Borges e BRASÍLIA
Atualização:

O drama que tomou conta do projeto elétrico de interligação de Roraima ao restante do País passou a ser tratado entre os Ministérios de Minas e Energia e da Justiça. Uma semana antes de deixar o cargo, em 23 de dezembro, o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, enviou carta ao colega da Justiça, José Eduardo Cardozo, cobrando uma atitude para dar fim à novela. Na carta, obtida pelo Estado, Lobão detalha as dificuldades de abastecimento energético de Roraima, diz que o Ibama já aprovou o projeto, mas acrescenta que ainda depende de manifestação conclusiva da Fundação Nacional do Índio (Funai), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça. E afirma que "em virtude das dificuldades expostas", precisa do "apoio necessário do Ministério da Justiça com o objetivo de que possamos equacionar o assunto".A carta é acompanhada de um histórico sobre o projeto e suas consequências. O imbróglio gira em torno de conflitos indígenas: 121 quilômetros da linha de transmissão teriam de passar dentro da terra indígena Waimiri Atroari, no Pará. O Ministério de Minas e Energia afirma que, só neste ano, será preciso gastar mais de R$ 445 milhões com geração térmica de energia para abastecer a capital Boa Vista e região por causa da falta da ligação com o País. Também ressalta que, caso seja interrompido o fornecimento atualmente feito pela Venezuela, o custo para o setor elétrico pode ultrapassar R$ 1 bilhão.Três semanas antes da carta, reportagem do Estado revelou que o consórcio Transnorte Energia, formado por Eletronorte e Alupar, avaliava a possibilidade de devolver a concessão da linha de transmissão que ligará Boa Vista (RR) a Manaus (AM) em razão dos problemas que tem enfrentado há mais de três anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.