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Ministério do Trabalho prepara nova portaria com criminalização do trabalho escravo

Novo texto deverá prever responsabilização legal dos empregadores que mantiverem empregados em situação análoga à escravidão

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que o governo trabalha na elaboração de uma nova portaria sobre o trabalho escravo. O novo texto vai prever a criminalização do empregador que mantiver empregados em situação análoga à escravidão. Técnicos do órgão acreditam que o novo texto deverá ser conhecido apenas em 2018, provavelmente no primeiro trimestre.

Recentemente, o Ministério publicou uma portaria que altera as normas para o enquadramento de empregadores em práticas de trabalho análogo à escravidão, dificultando a comprovação e a punição de empresas por esse tipo de crime. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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"O texto dará segurança jurídica e objetividade no conceito do trabalho escravo", disse o ministro após participar de duas audiências públicas no Congresso - uma na Câmara e outra no Senado - ambas sobre a portaria editada em outubro que alterou regras para a fiscalização e divulgação de empresas flagradas com empregados em situação análoga à escravidão. A portaria está com os efeitos suspensos por uma liminar do Supremo Tribunal Federal após forte reação negativa do Judiciário e setores da sociedade.

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Nogueira explicou que a portaria em elaboração deverá prever a criminalização e a responsabilização legal dos empregadores. "Escravocrata tem de ir para a cadeia. Não podemos nos conformar apenas com o processo administrativo", disse. 

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