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Ministro Celso Amorim minimiza ataque argentino

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, tentou minimizar a postura da Argentina em relação a um possível endurecimento em relação ao Brasil, dizendo que "isto surpreende, porque o presidente Kirchner confirmou sua presença na reunião de cúpula dos países árabes no Brasil", que começa na próxima semana. Segundo ele, "as relações entre o Brasil e a Argentina têm sido boas, mesmo existindo a abordagem diferente em relação a alguns temas, mas em outros, as posições são bem próximas, como o que diz respeito as relações comerciais na área da OMC". O ministro, entretanto, admitiu que existem dificuldades antigas e por motivos históricos entre os dois países, mas disse que o Brasil sempre foi solidário à Argentina, lembrando que incomodava ao País a inclusão das Malvinas no Mapa da União Européia. Ele desmentiu que o Brasil queira assumir um papel de liderança. "Mas o País não pode deixar de fazer o que ele tem de fazer", disse. Reunião não discutiu apenas relação com o Brasil, diz embaixador Argentino Em Buenos Aires, o embaixador argentino junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), Rodolfo Gil, tentou baixar o volume da discussão diplomática. Ele explicou que na reunião promovida pelo chanceler Rafael Bielsa com os seis principais embaixadores da Argentina não se discutiu somente as relações com Brasil, mas também com outros países latino-americanos e com os Estados Unidos. Segundo o embaixador, a análise da relação com o Brasil esteve presente na reunião porque "é um dos sócios mais importantes com qual a Argentina conta". "E não podíamos nos reunir para falar da situação da região, o mundo, a Argentina pós-moratória e sua colocação no cenário internacional, se não se falasse do Brasil". Gil contou ainda que também foram discutidos temas relacionados à "China e à abertura ao Pacífico; a relação com a União Européia; em uma análise da realidade regional e mundial". Argentina quer rediscutir a sociedade estratégica, diz Amadeo Já o ex-porta-voz da presidência e atual assessor do ex-presidente Eduardo Duhalde na presidência da Comissão Permanente do Mercosul, Eduardo Amadeo, disse que a Argentina quer rediscutir a sociedade estratégica com o Brasil. Segundo ele, a relação entre os dois países está, no mínimo, "desordenada". Amadeo afirmou que a Argentina e o Brasil precisam ter um "diálogo adulto mas sobretudo estratégico" para que as diferenças possam ser solucionadas. Segundo Amadeo, "em ambos países há pessoas que têm posições diversas e isso foi ficando claro em episódios que parecem marcar falta de diálogo". Ex-embaixador da Argentina em Washington, Amadeo destacou que a Argentina e o Brasil não coincidiram na estratégia diante da crise política no Equador por "problemas de diálogo". Para Amadeo, na reunião que o chanceler Rafael Bielsa manteve com seis embaixadores de primeira linha em Washington, no último fim de semana, foi discutida uma agenda que "seguramente será tratada em reunião com Amorim (Celso Amorim, chanceler do Brasil) e numa conversa profunda sobre o destino das relações bilaterais e regionais". Amadeo reconheceu que houve "ruídos ligados à criação da Comunidade Sul-Americana de Nações", cuja primeira reunião foi acertada entre o presidente da Comissão Permanente do Mercosul, Eduardo Duhalde, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mas que não contou com a presença do presidente Néstor Kirchner. A grande preocupação do governo argentino é que o Brasil esteja tentando canalizar seus interesses de liderança política e regional através da Comunidade sul-americana.

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