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Ministro das Finanças grego diz que renuncia se o 'sim' vencer

Yanis Varoufakis afirmou que não assinará outro acordo com credores caso a população decida aceitar as condições impostas para o socorro financeiro 

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Por Redação
Atualização:

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou nesta quinta-feira, 2, que irá renunciar ao cargo se o plebiscito de domingo, 5, sobre os termos do resgate resultar em um voto pelo "sim". Pesquisas de opinião apontam que, apesar da disputa acirrada, a maioria dos gregos está disposta a aceitar as condições impostas por credores para o socorro financeiro do país.

Questionado pela TV Bloomberg se ainda seria ministro das Finanças na segunda-feira à noite se os gregos votarem "sim", Varoufakis disse: "Não serei...eu pessoalmente não assinarei outro (acordo) de prorrogação e fingimento."

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou que deixará o governo em caso de vitória do 'sim' Foto: Marko Djurica/Reuters

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Ele disse que o governo grego encontrará uma maneira de alcançar um acordo com os credores se, como ele não espera, os gregos votarem a favor dos termos da oferta. "Talvez mudemos a configuração do governo", completou.

Para explicar aos gregos os motivos da consulta popular, a Grécia lançou um website com informações sobre o plebiscito. Entretanto, Tsipras reforçou o apelo para que a população vote "não". 

Pressão. Longas filas de pensionistas se acotovelando para entrar em um número limitado de bancos abertos especialmente para pagar benefícios de aposentadoria se tornaram um símbolo poderoso da miséria diante da Grécia e dos problemas crescentes para o governo do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. 

Com os bancos fechados e controles de capital impostos para proteger o sistema financeiro do colapso, a gravidade dos problemas diante do país se torna mais clara a cada dia. 

O governo de esquerda de Tsipras subiu ao poder em janeiro prometendo proteger aposentados, e muito do desgaste nas relações com credores internacionais centrava-se em sua recusa em aceitar os cortes em benefícios exigidos pelos credores. 

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Ciente do fato de que muitos gregos mais velhos não usam cartões de crédito ou débito e portanto não têm acesso a caixas automáticos, o governo ordenou que mil bancos abrissem em todo o país na quarta-feira, 1º, para pagar um máximo de € 120 e emitir cartões. 

Porém com isso criou uma lembrança constrangedora dos custos que o enfrentamento com credores está inflingindo sobre uma sociedade já profundamente afetada por mais de cinco anos de austeridade dura imposta por sucessivos acordos de resgate. 

Em um país onde uma em cada quatro pessoas na força de trabalho não tem emprego, o drama dos pensionistas, cujos benefícios mensais muitas vezes podem ser a única fonte de renda para famílias, é uma situação muito sensível.

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