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Missão da UE e FMI chega à Lisboa para avaliar reformas no país

Recebimento de uma parcela de € 4 bi de um pacote de ajuda de € 78 bi de que o país deve receber até 2014 depende do cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo programa de socorro

Por Clarissa Mangueira e da Agência Estado
Atualização:

LISBOA - Funcionários da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram à Lisboa nesta terça-feira para dar início à quarta avaliação do programa de socorro de Portugal em meio ao aumento da incerteza sobre o futuro da zona do euro.

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O recebimento de uma parcela de € 4 bilhões de um pacote de ajuda de € 78 bilhões de que o país está programado para receber até 2014 depende do cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo programa de socorro.

De acordo com uma fonte, além de avaliar as reformas fiscais e estruturais implementadas, os funcionários observarão os números mais recentes do desemprego, que estão muito mais elevados do que a previsão original.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse que o desemprego em Portugal aumentará para 15,4% neste ano, em comparação com a previsão do governo de uma taxa de 14,5%, que foi recentemente revisada de uma leitura de 13,2%.

O desemprego elevado poderá resultar em mais gastos do governo em Seguridade Social e receita tributária mais baixa.

Os funcionários do FMI e da UE indicaram que mudanças no programa de socorro português - incluindo um abrandamento das metas de déficit orçamentário, poderá ocorrer se a economia se deteriorar mais que o esperado e por razões fora do controle de Portugal.

Eles disseram também que poderão fornecer mais ajuda ao país, se o governo português não puder levantar dinheiro nos mercados no ano que vem.

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Embora o programa de socorro cubra atualmente as necessidades de financiamento de Portugal, o país precisar acessar os mercados novamente para pagar cerca de 10 bilhões de euros em dívida, que vencerá em setembro de 2013.

A preocupação é que a crise da zona do euro, conduzida pelos problemas da Grécia, piore ainda mais, levando os investidores a recusarem bônus de Portugal e o país a não conseguir se financiar sozinho.

Os funcionários responsáveis pela revisão disseram que não discutirão quaisquer planos de contingência para Portugal durante a mais recente visita ao país, que deverá durar duas semanas.

"O programa de Portugal, em si, protege o país contra um risco de contágio da Grécia", disse uma fonte familiarizada com o processo. As informações são da Dow Jones.

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