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MMX vai investir R$ 5 bilhões em projetos de mineração em Minas Gerais

Maior parte do dinheiro será aplicada no projeto Serra Azul, onde a companhia prevê quase triplicar a produção depois da construção de uma unidade de beneficiamento, de um terminal ferroviário e de dez quilômetros de esteira transportadora

Por Eduardo Kattah
Atualização:

A MMX anunciou ontem um plano de investimentos para a expansão de seus projetos de minério de ferro na região de Serra Azul e no município de Bom Sucesso, ambos em Minas Gerais. Ao todo, os investimentos no chamado Sistema Sudeste devem chegar a R$ 5 bilhões até 2016.O Conselho de Administração da empresa de mineração e metálicos do grupo EBX, do empresário Eike Batista, aprovou o desembolso de R$ 3,5 bilhões para expandir de 8,7 milhões de toneladas por ano para 24 milhões de toneladas por ano a capacidade de produção das minas Tico-Tico e Ipê, na região de Serra Azul. O programa aprovado prevê a construção de nova planta de beneficiamento, terminal ferroviário e dez quilômetros de correia transportadora para ligar a mina ao terminal. Segundo a MMX, o investimento será de US$ 79 por tonelada. Na unidade de Bom Sucesso, localizada no município de mesmo nome, na região centro-oeste do Estado, a companhia aprovou um indicativo de investimento de R$ 1,5 bilhão (US$ 81 por tonelada). A MMX espera, até 2015, estar produzindo até 10 milhões de toneladas anuais na mina de céu aberto.A principal aposta da mineradora, contudo, está reservadas para as minas de Serra Azul, onde a empresa pretende atingir suas metas de produção com eventuais novas aquisições e "sinergias" que envolvam o Porto do Sudeste, em Itaguaí (RJ) - a exemplo do acordo firmado no mês passado com a Usiminas para operações conjuntas na Mina Pau de Vinho, da siderúrgica.O presidente da MMX, Roger Downey, adiantou que a companhia tem "planos ambiciosos" para até aumentar a meta de produção anunciada ontem para as minas de Serra Azul. Por isso, a empresa já projeta, antes mesmo do início da operação - previsto para o ano de 2012 -, dobrar sua capacidade. A capacidade de operação do terminal portuário, de 50 milhões de toneladas/ano, já está praticamente comprometida com o projeto Sudeste da MMX (até 36 milhões de toneladas) e pelo contrato assinado recentemente com a Usiminas (12 milhões de toneladas). "Nós já apertamos o botãozinho verde para levar essa capacidade para 100 milhões de toneladas (por ano). Fizemos uma aquisição de área e estamos buscando as novas licenças necessárias para ampliar esse porto. Nós temos hoje segurança de que há mais minério e projetos para investir aqui em Minas Gerais", afirmou Downey.Consolidação. Depois de fechar parceira com a Usiminas, a MMX espera novas operações de consolidação na região de Serra Azul. Roger Downey previu que os próximos dois anos serão ricos em consolidações e que o foco da MMX será a busca de parcerias para ampliar suas atividades na região."Quem quer fazer toda a parte de logística, deve correr para assinar um contrato conosco. Porque, no final, talvez não haja porto para todos. A disponibilidade é limitada", disse. Em setembro, a MMX comprou da LLX, também do grupo EBX, o Porto Sudeste. Downey ressaltou que, com o crescimento das atividades na região, algumas empresas vão acabar "ficando para trás" e tendo de procurar outro porto para escoar sua produção. O executivo não descartou novas compras na região - atualmente, restam três ativos significativos na Serra Azul que ainda não passaram para as mãos de grandes grupos: Minerita, MBL e Comisa. Ele ressaltou, porém, que a empresa pretende aproveitar os recursos logísticos para novas parcerias. "Se tiver de fazer aquisições, faremos aquisições, mas o importante mesmo é que Serra Azul seja vista como uma operação integrada e unificada."

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