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Morgan Stanley rebaixa recomendação de investimento no Brasil

País está abaixo da média do mercado, segundo o banco, que justifica a recomendação por causa de uma 'surpreendente' redução da meta fiscal dos próximos anos

Por Mateus Fagundes e Karin Sato
Atualização:

SÃO PAULO - O banco Morgan Stanley rebaixou a sua recomendação de investimento no Brasil para "underweight", ou seja, desempenho abaixo da média para o mercado.

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Segundo o banco, o rebaixamento ocorre por causa de uma "surpreendente" redução da meta de superávit primário no período entre 2015 e 2018. Pesou ainda sobre a decisão, segundo o Morgan Stanley, o aumento da inflação até 2016 e a trajetória de alta dos juros.

Além disso, a instituição diz que o desempenho fiscal "fraco" deve limitar o ritmo de crescimento econômico do País ao longo dos próximos anos.

Levye Barbosaapresentam redução na meta de superávit fiscal Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Ao mesmo tempo, o banco também elevou a recomendação para o Chile para "overweight" (desempenho acima da média para o mercado), citando "valution" em nível atraente e a expectativa de retomada do crescimento econômico.

Portfólio para o Brasil. O banco recomenda que investidores repensem suas posições em ações domésticas cíclicas. Consequentemente, em seu portfólio para o Brasil, a equipe de análise reduziu "substancialmente" a posição em BRMalls e Kroton, ao mesmo tempo em que excluiu Iochpe-Maxion e Gerdau.

"As duas ações foram retiradas em função do ajuste fiscal mais fraco, que pode limitar o espaço para relaxamento monetário e enfraquecer o consumo doméstico em 2016. Além disso, o real potencialmente mais fraco deve elevar o custo dos seus passivos financeiros em dólar", justificam os analistas do Morgan Stanley.

Ao mesmo tempo, foi elevada a posição em empresas defensivas. Os papéis favoritos do Morgan Stanley são Ambev, Cielo e BR Foods. Por fim, o banco também aumentou o peso de companhias que tendem a se beneficiar da valorização do dólar ante o real, como Embraer e Suzano.

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Diante das alterações nas metas fiscais deste ano e dos próximos e da conjuntura para a economia brasileira, outras alterações que foram feitas foram os cortes dos pesos de Petrobrás, de 9,4% para 5,6%, e Bradesco, de 10,1% para 8,9%. Por outro lado, nessa alocação, a exposição a Vale foi elevada de 2% para 3,7%.

Crescimento. A equipe de economistas do Credit Suisse, chefiada pelo economista Nilson Teixeira, revisou sua projeção de queda para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 1,8% para 2,4%. A revisão consta de relatório distribuído há pouco a clientes do banco. 

Teixeira e equipe também revisaram a projeção de queda para o ano que vem, de 0,5% para 0,6%. "Essa seria a primeira vez desde 1930-1931 que o País teria uma recessão por dois anos consecutivos", destacaram no documento os economistas do Credit Suisse.

Para eles, adinâmica dos principais indicadores de atividade, como o IBC-Br, por exemplo, indica que o PIB deve sofrer uma significativa contração no 2º trimestre. "Não descartamos também uma contração no terceiro trimestre de 2015 devido à dinâmica desfavorável nos setores de agropecuária, indústria e serviços. Com isso, esperamos que o crescimento do PIB ante o trimestre anterior recue 1,9% no segundo trimestre de 2015, 0,4% no terceiro e 0,1% no quarto trimestre", preveem os economistas. (Com informações de Francisco Carlos de Assis)

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