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Murilo Ferreira, da Vale, substituirá Mantega no conselho da Petrobrás

Executivo assumirá presidência do conselho de administração da estatal, cargo atualmente ocupado pelo ex-ministro da Fazenda; intenção do governo é profissionalizar a gestão da companhia

Por Fernanda Nunes
Atualização:

RIO - O presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, assumirá a presidência do conselho de administração da Petrobrás no lugar do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, segundo antecipou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, às 11h38 desta terça-feira. A intenção do governo é substituir toda cúpula da petroleira, hoje com o perfil mais político, por nomes reconhecidos pelo mercado.

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A entrada de Ferreira na liderança da Petrobrás é uma vitória do governo, que há meses tentava que o executivo substituísse a ex-presidente da petroleira Graça Foster, que renunciou ao cargo com outros cinco diretores, após desgastes com as investigações da Operação Lava Jato. Mas o presidente da Vale se negou a deixar a mineradora para assumir o dia a dia da Petrobrás.

Segundo fontes, Miriam Belchior, presidente da Caixa Econômica Federal, e Mantega manifestaram eles próprios a intenção de deixar os cargos, pedido bem recebido pelo Planalto. Ao conferir um perfil mais profissional ao conselho da Petrobrás, a presidência da República espera reconquistar da confiança dos investidores.

Governo tenta trazer Murilo Ferreirapara o comando da petroleiradesde a saída deGraça Foster Foto: Wilton Júnior/Estadão

Nem mesmo o Ministério de Minas e Energia (MME), órgão do governo ao qual a companhia está submetida, terá um assento na cúpula da empresa. Na verdade, desde o dia 27 do mês passado, o ministério já não participa das decisões do conselho da Petrobrás. No último encontro dos conselheiros, o secretário-geral do MME, Márcio Zimmermann, renunciou ao cargo. Para anunciar a sua decisão, Zimmermann envio carta e sequer apareceu na reunião.

Naquele dia, a companhia foi liberada para contratar financiamento de US$ 19 bilhões neste ano. Como não tinha representante no encontro, o ministro Eduardo Braga ficou sabendo da decisão pela imprensa, como afirmou em seguida.

Ainda que integrante do governo, cadeira do representante do BNDES, principal acionista na Petrobrás depois da União, deve ser mantida. A fonte não soube informar, no entanto, se o cargo permanecerá com o presidente do banco, Luciano Coutinho.

A União, acionista majoritária da petroleira, possui sete assentos no conselho. Além de Mantega, Miriam e Coutinho, o governo é representado pelo presidente da empresa, Aldemir Bendine, por Francisco Roberto de Albuquerque, Sérgio Quintella, e Luiz Navarro, que substituiu o secretário do MME.

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