BUENOS AIRES - A nacionalização de 51% da YPF e da YPF Gas na Argentina terá um efeito cascata que afeta o controle acionário de pelo menos duas empresas na qual a Petrobrás detém participação, a Refinaria Del Norte (Refinor) e a petroquímica Mega.
Em ambas a Petrobrás ou sua subsidiária argentina são sócias minoritárias, com cerca de um terço de participação. Mas a brasileira dividia o controle com a YPF, que agora teve nacionalizados 51% que estavam nas mãos da espanhola Repsol.
A Petrobrás no Brasil preferiu não comentar se a troca de controle acionário provocará efeitos na companhia brasileira. Mas uma fonte disse à Agência Estado que um possível aumento da presença da Petrobrás na Refinor será pauta das reuniões que a presidente da Petrobrás, Graça Foster, terá amanhã em Brasília com o ministro do Planejamento da Argentina e interventor da YPF-Repsol, Julio De Vido, e com o ministro de Energia, Edison Lobão. Uma maior presença da Petrobrás seria uma forma de ajudar a argentina.
"A ideia é manter os atuais sócios e que aumentem a presença nas companhias", disse.
A Mega produz derivados de gás natural usados como matéria-prima na indústria petroquímica. A Petrobrás detém 34%, a YPF 38% e a Dow Chemical, 28%. Já a Refinor está nas mãos de Repsol-YPF (50%), Pluspetrol (21,5%) e Petrobrás (28,5%).
A troca de controle acionário acontecerá pois a nacionalização terá um efeito cascata de expropriação de todas as participações da Repsol em empresas instaladas no país.