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'Não sabemos se vamos votar Previdência agora', diz Temer

Presidente afirmou que na semana que vem terá 'mais tempo' para tentar alcançar os 308 votos necessários na Câmara

Por Carla Araujo
Atualização:
O presidente disse que, até segunda-feira, não haverá decisão se a PEC será votada no plenário. Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - Em mais uma "reunião aberta", desta vez com uma plateia de prefeitos, o presidente Michel Temer voltou a dizer que ainda será preciso contar os votos para ver se a Reforma da Previdência tem chances de ser aprovada e afirmou que se o projeto não avançar pode haver uma deterioração da economia. "Eu temo que, se não conseguirmos aprovar (a reforma da Previdência) em qualquer momento, a economia responda negativamente. Isso não é bom para o País", disse.

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Apesar de já ter admitido que a reforma pode ficar para o ano que vem, o presidente disse que na semana que vem terá "mais tempo" para tentar alcançar os 308 votos necessários. "Não sabemos se vamos votar Previdência agora, vamos ver o numero de votos", disse.

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Temer disse ainda que a aprovação da medida vai evitar "um desastre" e citou como exemplo países como Grécia e Portugal e que o governo brasileiro está tomando essa "cautela". "Lá houve acordo de aposentadorias e pensões de 20%, 30%. Houve cortes de vencimentos de 20, 30%. Porque não se tomou a cautela que agora nós estamos tomando, de fazer uma reforma mediana, uma reforma razoável pata que isso não venha a acontecer em brevíssimo tempo", afirmou. "Se não fizermos a reforma da Previdência agora, daqui a dois, três anos, não tenha nenhuma ilusão alguma, vai ter que fazê-la de uma maneira muito mais radicalizada", completou.

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O presidente repetiu os argumentos de que a reforma "não prejudica ninguém", que é preciso se fazer esclarecimento sobre inverdades para convencer a sociedade e os parlamentares. "Quem esta no Legislativo tem que ecoar as vontades da sociedade. Para que esse eco se dê nas casas legislativas é preciso esclarecer o que é a reforma da Previdência", declarou.

Ao criticar o que classifica como inverdades a respeito da reforma, o presidente citou "memes" da internet dizendo que as pessoas vão morrer sem se aposentar. "Durante muito tempo a internet produziu uma caveirinha dizendo 'ainda não me aposentei'".

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Temer aproveitou o evento em defesa da reforma para destacar o repasse acertado de R$ 2 bilhões aos municípios até o fim deste mês, citou a divisão da multa da repatriação com municípios e disse que essas medidas foram tomadas por conta da "angústia" dos municípios.

"Como conseguimos fazer a economia crescer foi possível esse ano ter R$ 2 bi para os prefeitos fecharem seus balanços", disse. O presidente afirmou que acredita que as prefeituras ainda terão problemas de caixa nos próximos anos e, ao pedir que prefeitos se empenhem e cobrem parlamentares pela aprovação da reforma, disse: "Se a economia continuar a crescer nós repetimos ou aumentamos a dose para municípios no ano que vem".

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O presidente repetiu que a recuperação da economia tem como resultado a "coragem e ousadia" de seu governo e afirmou que em apenas um ano e meio teve a "coragem de fazer as reformas necessárias". "Fizemos com que as reformas saíssem do papel", disse. O presidente repetiu que depois da reforma da Previdência "ainda faremos no País a simplificação tributaria".

Ao pedir "empenho e entusiasmo" para os prefeitos, Temer disse ainda que "se aprovarmos a reforma da Previdência, o País dará um salto e todos irão aplaudir". 

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