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Nelson Machado vai deixar equipe econômica do governo

Por ADRIANA FERNANDES E FABIO GRANER
Atualização:

Número dois do Ministério da Fazenda, o secretário executivo e ex-ministro da Previdência, Nelson Machado, vai deixar a equipe econômica. Machado confirmou que já começou a negociar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sua saída do cargo. Segundo ele, não está definido, no entanto, quando a mudança ocorrerá, se até o fim deste ano ou no início do governo Dilma Rousseff.Com a saída de Machado, a tendência é ocorrer uma "dança de cadeiras dos Nelsons" no ministério. O atual secretário de Política Econômica, Nelson Barbosa, é o mais cotado para assumir o posto de Machado. Um dos economistas próximos da presidente eleita, Dilma Rousseff, Barbosa não conseguiu entrar na composição do primeiro escalão do futuro governo e o cenário mais provável até a última semana era de que ele deixaria o ministério para ocupar um cargo no Palácio do Planalto como assessor econômico. Barbosa também era cotado para ocupar uma diretoria do Banco Central. Mas essas ideias aparentemente não prosperaram. Com a certeza da saída de Machado, Mantega já deu sinais de que gostaria de colocar Barbosa no posto. A hipótese de ocupar a secretaria-executiva representaria uma promoção para Barbosa, que tem sido um dos principais formuladores das medidas de política econômica adotadas pelo governo nos últimos anos. Nesse cargo, ele teria mais influência no ministério como um todo e proximidade maior com o ministro Guido Mantega. Também é uma saída politicamente favorável ao técnico, que sempre foi cotado para ocupar um posto elevado na administração Dilma, mas acabou sem um grande posto. AulasO secretário Nelson Machado informou que, depois de vários anos trabalhando no governo federal, no Estado de São Paulo e na prefeitura paulista, pretende voltar a dar aulas em universidades. Ele é doutor em contabilidade pública. Machado, porém, não quis fazer comentários sobre a escolha de Mantega para ser o seu sucessor no cargo. À frente da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, Machado comanda o dia a dia da administração, mas nos últimos anos preparou uma reformulação da contabilidade pública, que já começou a ser implementada na administração federal. No entanto, a gestão dele foi mesmo marcada pela forte influência na Receita Federal. Nos bastidores do governo, coloca-se na conta de Machado toda a confusão armada no Fisco, com a indicação de Lina Vieira para o cargo de secretária da Receita. Após ser demitida em menos de um ano no posto, Lina colocou uma saia-justa na então ministra da Casa Civil e candidata à presidência, Dilma Rousseff, acusando-a de tráfico de influência. Para o cargo dela, foi alçado o então secretário-adjunto Otacílio Cartaxo, que provavelmente não seguirá na função no próximo governo. Mantega deve optar para o comando da Receita pelo atual presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Carlos Alberto Barreto, funcionário de carreira e que tem simpatia de boa parte dos quadros do órgão. Para a vaga de Barbosa, segundo fontes, o ministro está procurando um nome forte, oriundo da Academia.

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