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Nível do emprego na indústria em fevereiro é o mais baixo desde 2000

Segundo o IBGE, a produção do setor desacelerou, o que acabou se refletindo no emprego e no número de horas de trabalho

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - O emprego na indústria atingiu o nível mais baixo da série histórica, iniciada em dezembro de 2000, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação da Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, o número de pessoal ocupado recuou 4,5% em relação a igual período do ano passado, a 41ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação.

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"A produção está em ritmo menor, um movimento marcadamente observado desde meados de 2013. Isso se reflete seja em contratações ou no número de horas de trabalho", explicou Macedo. Segundo o gerente, a baixa confiança de consumidores e empresários, o nível de estoques ainda acima do padrão habitual da indústria, a menor demanda de empresas e famílias, o encarecimento do crédito e a própria redução do comércio internacional, com persistente predominância dos importados no mercado interno, prejudicam a indústria.

Diante do quadro, a indústria vem demitindo há três anos e cinco meses, e a redução no número de horas pagas (via redução de jornada e cortes de turnos extras) já completa quase dois anos quando comparados o mês e igual mês do ano anterior.

"Mais do que o próprio período, chama atenção que as taxas negativas estão em patamar mais alto. Isso tem a ver com a maior redução de ritmo da produção e significa que a indústria passou a demitir mais", disse Macedo. "Dado que a produção industrial não vem reagindo e já recorreu a todas as alternativas, a indústria acaba demitindo."

Além de ser o ponto mais baixo, o emprego industrial encontra-se 9,5% abaixo do pico histórico, observado antes da crise, em julho de 2008.

Os setores com a produção mais fragilizada são justamente os que mais impactam negativamente a ocupação na indústria, mencionou Macedo. Entre eles estão o setor de veículos, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicação, calçados e couro, máquinas e equipamentos e vestuário. Na margem, o emprego industrial recuou 0,5% em relação a janeiro. 

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