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No mercado de trabalho, altura é documento

Pesquisa americana revela que a altura influencia o sucesso profissional. No Brasil, de acordo com levantamento do Grupo Catho, os presidentes de empresas são mais altos do que os seus subordinados.

Por Agencia Estado
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Quando Davi enfrentou e derrotou Golias, a humanidade assistiu à vitória dos baixinhos sobre a força bruta e a falta de imaginação dos grandões. Mas o placar raramente é o mesmo quando essa disputa acontece na arena profissional. Nessa hora, os mais altos quase sempre levam vantagem. De acordo com pesquisa feita por professores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, quanto mais alto é o profissional, maior é o seu salário. Cada 2,54 cm (1 polegada), a mais na altura de um americano branco equivalem a um aumento de 1,8% na remuneração. A altura que as pessoas tinham aos 16 anos, segundo o levantamento, é determinante para o sucesso profissional no futuro. Os professores descobriram que trabalhadores que já eram altos quando adolescentes recebiam até 15% mais do que os baixinhos. Brasil No Brasil não é diferente. Por aqui, a mania de grandeza pesa sobre a estrutura hierárquica de uma empresa. Levantamento feito pelo Grupo Catho com quase 10 mil pessoas revela que os presidentes medem alguns centímetros a mais que seus subordinados. A altura média do presidente de uma empresa é 1,83m. Quando o cargo é de diretoria, os profissionais têm seis centímetros a menos. Os gerentes, por sua vez, medem 1,73m. A média feminina é de 1,71m para presidente; 1,65m para diretoras e 1,66m para gerentes. Na opinião do coordenador de pesquisas do Catho, Renato Scher, a valorização da altura existe e é algo relativamente recente no Brasil, característico da última década. "Altura impõe respeito, marca de alguma forma. O que chama atenção se destaca naturalmente, para o bem ou para o mal." Auto-estima A disparidade, de acordo com os cientistas americanos, é influenciada pela auto-estima que a pessoa adquire ainda na adolescência. Sabe aquele baixinho da turma, escalado como o café-com-leite do jogo dos grandões? Pois este é um candidato a fazer parte dessas estatísticas. O diretor da Eigenheer Recursos Humanos, Frederico Eigenheer, diz que não é preciso fazer pesquisa para comprovar essa tese. O biotipo, na opinião dele, que por acaso tem mais de 1,90m e está há 30 anos no mercado, tem peso na carreira. "Baixinhos e feios têm de se esforçar mais para se destacarem. A tendência é tratar melhor aquilo que nos agrada esteticamente." O atributo, porém, deixa de pesar tanto depois de certa idade. Aos 35 anos, quando as promoções de cargo costumam aparecer, o talento é que pode prevalecer.

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