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No Paraná, produtores seguem em ritmo mais acelerado

Plantio de soja já cobre 27% da área prevista no Estado; Rio Grande do Sul, 3º maior produtor, teme adversidade climática

Por Leticia Pakulski
Atualização:

No Sul do País, produtores também estão atentos ao clima. No Paraná, segundo maior produtor de soja do Brasil, o plantio atinge 27% da área, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado, beneficiado pelas condições climáticas desde meados de setembro. Produtores têm optado cada vez mais por sementes de ciclo precoce, plantadas logo nas primeiras semanas. “A antecipação do plantio de soja está relacionada à necessidade de colher logo, para em seguida semear o milho. A ideia é fugir do risco de geadas em abril e maio”, diz o economista do Deral Marcelo Garrido.

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Para ele, é a chuva que vai ditar a evolução do plantio de agora em diante. “Não creio que a variação de preços neste momento afetará de forma expressiva a área de soja e milho no verão. Produtor já está com trabalhos avançados e a compra de insumos definida para a primeira safra.” A área prevista pelo Deral para a soja é de 5,245 milhões de hectares no Paraná, 1% inferior à registrada no ciclo anterior. A produção esperada é de 18,308 milhões de toneladas, 11% mais ante 2015/2016, graças à perspectiva de aumento de 12% na produtividade, para 3.491 quilos/hectare.

Coopavel. No oeste do Paraná, região que tradicionalmente dá a partida para o plantio da oleaginosa no Estado, produtores estão em ritmo bastante acelerado. Na Coopavel, cooperativa com forte atuação na região, o plantio foi concluído em 80% da área prevista. “Nos primeiros dias de outubro, tivemos um índice de chuva de 20 a 70 mm na região. Foi bom para a germinação”, disse o diretor presidente da cooperativa, Dilvo Grolli. “Os agricultores estão muito bem equipados e o plantio ocorre de forma bastante rápida. Em 20 dias, tivemos avanços extraordinários.”

No Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de soja do País, o plantio ainda nem começou, mas o setor está atento à perspectiva de um La Niña fraco ou neutralidade climática, já que ambos os casos podem se traduzir em períodos de seca prolongados no verão no Sul. “Produtores vão fazer uma semeadura vagarosa, com cuidado para não errar. A climatologia está prometendo que, para nós, ficará um pouco mais difícil. Mas, se a soja for bem plantada, com bom respaldo, acredito em boa produção”, assinalou o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Décio Teixeira.

Ele ressalta que o cuidado também é maior porque alguns produtores tiveram problemas com excesso de chuvas no Estado no ano passado, especialmente na Fronteira e na região das Missões. Assim como em Mato Grosso, este ano muitos tiveram dificuldade de acesso a crédito. “A falta de um seguro agrícola adequado tem se tornado um problema.”

A Emater projeta que a área de soja no Rio Grande do Sul avance pouco, 0,9%, para 5,5 milhões de hectares, cedendo espaço para o milho no verão. A produção, porém, deve ser 2,11% menor, em função da expectativa de um menor volume de chuvas. Assim, a colheita pode alcançar 15,85 milhões de toneladas. 

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