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Nome de Eduardo Guardia se firma como substituto de Meirelles na Fazenda

Número dois na hierarquia do ministério, Guardia é bem visto por representar a continuidade de projetos defendidos pelo governo

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes , Carla Araujo e André Ítalo
Atualização:

BRASÍLIA - Apesar de ainda encontrar resistências entre os aliados políticos do Palácio do Planalto, Eduardo Guardia é, neste momento, o nome mais cotado para substituir Henrique Meirelles no comando do Ministério da Fazenda, caso o ministro decida deixar o cargo para concorrer à presidência da República nas eleições de outubro. Número dois na hierarquia da Fazenda, Guardia tem a preferência do próprio Meirelles.

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Auxiliares do presidente reconhecem que o nome de Guardia poderia ser bem recebido pelo mercado Foto: Beto Barata/PR

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A avaliação é a de que manter a continuidade na equipe é o melhor caminho para evitar turbulências desnecessárias nessa reta final de governo, quando o Planalto espera avançar em projetos importantes da agenda microeconômica, aproveitando uma conjuntura econômica de curto prazo muito favorável. As projeções apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que pode superar as expectativas e chegar a 3,4%, arrecadação em alta, inflação baixa e juros que tendem a cair ainda mais.

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Segundo apurou o Estadão/Broadcast, não foi positiva a repercussão do mercado financeiro à possibilidade de o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, suceder Meirelles. Esta reação teria reforçado um pouco mais o nome de Guardia. A seu favor, Oliveira tem o apoio do líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (MDB-RR), e grande interlocução com as lideranças dos partidos no Congresso, experiência que acumula desde o período em que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, mesmo cargo hoje ocupado por Guardia.

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Oliveira ganhou a confiança do presidente Michel Temer depois do sucesso da liberação de recursos das contas inativas do FGTS, uma proposta que nasceu no Planejamento. Discreto, Meirelles não comenta com seus auxiliares diretos questões envolvendo seu futuro político. Hoje, em São Paulo, Guardia também optou pela discrição, ao ser abordado, após participação em um evento. "Vamos aguardar a decisão do ministro", esquivou-se.

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As especulações em torno do substituto de Meirelles esquentaram depois que o ministro da Fazenda, assumiu, na semana passada, de forma muita clara, os planos de candidatura. Ao Estadão/Broadcast, admitiu até mesmo disputar a eleição com Temer.

No Planalto, auxiliares do presidente reconhecem que o cargo é fundamental no governo e que o nome de Guardia poderia ser bem recebido pelo mercado. Segundo um interlocutor, o seu nome seria "testado" num primeiro momento como interino. A posição, porém, ainda é de cautela, pois no Planalto - apesar de reconhecerem que Meirelles é cada vez mais candidato - a ordem é esperar a oficialização por parte do ministro, o que ainda não aconteceu.

Em entrevista ao Estado, Temer já admitiu sua preferência por um nome técnico, diante da dificuldade em fazer escolhas políticas para esse fim de mandato, já que o foco dos políticos estará nas eleições. O único nome citado pelo presidente foi o de Guardia.

Como secretário-executivo, Guardia participa de todas as propostas elaboradas pela Fazenda e das negociações políticas em que muitas vezes bate de frente com os parlamentares. Vem daí justamente a resistência dos aliados. Por outro lado, tem grande apoio da equipe técnica, o que é pouco comum no Ministério da Fazenda. Os técnicos veem nele um grande defensor do ajuste fiscal.

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Em nome do controle das despesas e do ajuste fiscal, Guardia, ao lado da secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, comprou brigas importantes nas negociações dos inúmeros Refis (parcelamentos de débitos tributários) e barrou pedidos de verbas dos governadores. Acabou se transformando no "Sr. Não" do governo Temer e, por essa razão, já foi "demitido" diversas vezes por políticos no seu próprio gabinete.

Ele foi secretário do Tesouro Nacional no governo FHC, secretário de Fazenda do governo Alckmin e diretor executivo de produto da BM&FBovespa. Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Fiscal e de Energia da Fazenda, também é citado nas especulações sobre a sucessão na Fazenda - e também é bem visto por Meirelles, segundo fontes. 

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