O rendimento do trabalhador do Nordeste foi o mais afetado pela desaceleração do mercado de trabalho no primeiro trimestre deste ano, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Pnad mostrou que o rendimento médio real do trabalhador nordestino diminuiu 1,88% (de R$ 1.275 para R$ 1.251) na comparação com o primeiro trimestre de 2014. Foi a maior queda entre as grandes regiões brasileiras. Houve recuo também na região Sul. A queda, porém, foi de apenas 0,1% (de R$ 2.009 para R$ 2.007) na mesma base de comparação.
Os dados mais positivos foram registrados no Sudeste, com alta de 0,76% no rendimento. Na sequência, apareceram o Centro-Oeste (0,48%) e o Norte (0,41%). No País, o rendimento ficou estável em R$ 1.840.
A Pnad Contínua confirma a tendência de deterioração do mercado de trabalho nordestino. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), já haviam identificado uma piora nos ganhos dos trabalhadores daquela região. Entre janeiro e março, o salário de admissão do Nordeste foi o que teve o maior recuo, de 3,48% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Diferença. A Pnad Contínua também apurou a forte diferença de rendimentos entre os Estados e o Distrito Federal no primeiro trimestre.
Influenciado pela remuneração dos servidores públicos, o Distrito Federal é o que teve o maior rendimento (R$ 3.406). Os Estados de São Paulo (R$ 2.401) e Roraima (R$ 2.146) também se destacaram pelo salário mais elevado.
Os piores rendimentos foram apurados no Maranhão (R$ 946), Piauí (R$ 1.122) e Ceará (R$ 1.137) .