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Novo ministro grego, Tsakalotos representa mudança de estilo

Professor universitário entra no lugar de Yanis Varoufakis e sinaliza que a Grécia está buscando uma forma mais gentil de negociar

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Euclid Tsakalotos, que era o vice-ministro das Relações Exteriores da Grécia, assumeas Finanças no lugar de Yanis Varoufakis Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters

No lugar do truculento Yanis Varoufakis, 44 anos, que pelo estilo agressivo e passional chegou até a ser tratado como "símbolo sexual" pela imprensa alemã, um calmo professor universitário. Depois de a linha-dura não dar resultado, a estratégia do primeiro-ministro Alexis Tsipras é dar a Europa um negociador bem mais conciliador na figura de Euclid Tsakalotos, de 55 anos.   Embora esteja alinhado à ideologia do partido de extrema esquerda Syriza, Tsakalotos tem uma formação que tem tudo para agradar o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele estudou na Universidade de Oxford, como toda a boa aristocracia britânica, e entende de economia, de acordo com a Reuters. E acredita firmemente no projeto da permanência da Grécia no euro.   Apesar da formação clássica, o novo ministro deverá pregar um discurso bem diferente do neoliberal, pregando inclusive o perdão de parte das dívidas gregas - recurso que um estudo do próprio FMI já apontou que será necessário, uma vez que a Grécia não tem condições de pagar todos os seus débitos. A dívida total do país é de € 320 bilhões, ou 177% do Produto Interno Bruto (PIB).   Depois de passar pela carreira acadêmica, o novo ministro das Finanças entrou na política em 2012 (no entanto, ele é membro do partido Syriza há cerca de uma década). Foi eleito para o parlamento três anos atrás e, por essa razão, tem mais experiência em negociações do que seu predecessor, que só estava no Legislativo havia seis meses quando assumiu o ministério.   Apesar de adotar um estilo bem diferente de Varoufakis, o novo ministro tem o respeito de seu predecessor. Quando o agora ex-ministro foi questionado se Tsakalotos seria seu sucessor, ele respondeu, no estilo lacônico de sempre: "Espero que sim." O cargo que o professor exercia até agora (ministro-adjunto de negócios estrangeiros), aliás, era considerado quase um trampolim para a nova função.

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