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O setor de serviços está praticamente estagnado

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Por Redação
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A receita dos serviços pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aumentou 6,6%, em termos nominais, entre os meses de maio de 2013 e maio de 2014. Descontada a inflação, praticamente não houve crescimento. Os serviços têm grande peso no Produto Interno Bruto (PIB), da ordem de 67%, mas apenas refletem o que se passa na indústria e no comércio - ou seja, o que se passa com a produção e as vendas, cujo ritmo é insatisfatório, como mostrou o indicador IBC-Br, do Banco Central, divulgado quinta-feira, que registrou uma queda mensal de 0,18% do PIB em maio, em termos dessazonalizados.Os resultados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE dependem muito dos itens Informação e Comunicação (com peso de 35,7% no indicador); Transportes, Serviços Auxiliares de Transportes e Correio (30,7%); e Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (20,5%). Os Serviços Prestados às Famílias têm peso menor (6,4%) e, portanto, seu comportamento melhor tem baixo impacto na economia. Em maio, a receita desses serviços avançou 11,6% em relação a maio de 2013, bem acima da média.O comportamento de alguns itens permite avaliar o impacto da queda do ritmo na vida econômica. O item Outros Serviços - que inclui atividades imobiliárias, manutenção e reparação, serviços auxiliares financeiros, serviços auxiliares da agricultura, serviços de esgoto e coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais - registrou crescimento nominal de apenas 5,6% em relação a maio de 2013, ou seja, a receita nem sequer acompanhou a inflação oficial.Já o subitem Outros Serviços Prestados às Famílias avançou bem mais que a inflação (10,1%) - e inclui atividades artísticas, esportivas, lavanderias, cabeleireiros e clínicas de estética.A pesquisa evidencia também as diferenças entre as regiões pesquisadas. Em Brasília, a receita de serviços cresceu 20% entre maio de 2013 e maio de 2014, quase duas vezes mais do que no Rio (10,4%), quase quatro vezes a de São Paulo (5,7%) e quase dez vezes a de Minas Gerais (2,1%). Além da renda (que no Distrito Federal está acima da média brasileira), as despesas com serviços também são mais elevadas.O IBGE não divulga os dados dessazonalizados da receita de serviços, mas a LCA Consultores apurou um leve crescimento real de 0,6% entre abril e maio. O que se procura extrair dos dados é uma indicação sobre o risco de que o País entre em recessão.

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