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O varejo em queda mais acentuada que a prevista

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Por Redação
Atualização:

Foi muito fraco o comportamento do comércio varejista em julho, na avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que enfraquece a hipótese citada pelas autoridades de que a economia já esboça, neste semestre, uma reação. Entre junho e julho, o volume de vendas do varejo restrito caiu 1,1% e a receita nominal das vendas diminuiu 0,7%, enquanto as vendas do varejo ampliado (veículos, motos e peças e material de construção) cresciam apenas 0,8% e a receita nominal, 1,9%, influenciada pelas promoções de venda de veículos destinadas a reduzir os estoques do setor.Os dados do varejo foram inferiores aos estimados pelas consultorias econômicas - mais um elemento revelador da intensidade da desaceleração das vendas, que no ano passado cresceram 11,8%.Pelo critério de média móvel trimestral, um indicador mais confiável que atenua as variações pontuais, houve queda, de 1,2% em julho, pelo sexto mês consecutivo. Se no varejo restrito a receita nominal de vendas acumulada nos últimos 12 meses, até julho, foi positiva em 10,8%, superando a inflação, no varejo ampliado o aumento foi de apenas 6,7%, apontando para um quadro de estagnação.A recessão começa a afetar mais intensamente as famílias, como se constata pela diminuição de 1,5% no volume de vendas de super e hipermercados, entre junho e julho. Esse indicador é ainda mais significativo que o da queda de 4,1% no item móveis e eletrodomésticos, no mesmo período de comparação.Outro indicador, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, revelou que a disposição de compra das famílias paulistanas diminuiu 13,5% nos últimos oito meses. Trata-se do índice de intenção de consumo, cujo nível de 107,9 pontos (ainda positivo) é o menor da série histórica, iniciada em 2009. De 10 itens pesquisados, 3 - perspectiva de consumo, nível de consumo atual e momento para compra de duráveis - estão no campo negativo.Recessão, juros reais em elevação, piora do mercado de trabalho e baixo nível de confiança são os fatores que mais dificultam a recuperação do varejo, antecipando um final de ano pouco animador para consumidores e lojistas. Em julho, os únicos dados positivos vieram do varejo ampliado, mas as informações mais recentes da área de veículos dão conta de que produção e vendas foram pouco satisfatórias também em agosto, comprometendo a esperança de retomada.

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