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O varejo na onda da tecnologia

Por CLEBER MORAIS e DIRETOR-PRESIDENTE DA BEMATECH
Atualização:

A história da inovação tecnológica em nosso País pode ser dividida em três fases - que podemos chamar de ondas - e que estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento de alguns setores da economia. A inovação gera um círculo virtuoso de extrema importância para empresas de diversos segmentos: em um primeiro momento, a corporação que decidiu inovar é quem se beneficia (ao encontrar respostas para dilemas internos). Isso gera uma demanda por novas soluções e, naturalmente, surgem novas oportunidades de negócios. Na década de 80, a tecnologia foi essencial para o desenvolvimento do setor financeiro, proporcionando o pioneirismo do Brasil nessa área - e tornando-o referência, inclusive, para outros países. Alguns anos depois, a tecnologia novamente mostrou-se fundamental, desta vez, para o advento das empresas de telecomunicação. E agora? Qual é o setor que está sendo beneficiado?Neste momento, o Brasil está passando por uma terceira onda de inovação tecnológica que vem apoiando o crescimento do setor varejista. Em 2011, segundo dados da consultoria IDC Brasil, a área de software e serviços cresceu 12%. Com este cenário de ascensão, muitas destas empresas de desenvolvimento de tecnologia estão, cada vez mais, modificando seu foco de atuação e migrando para atender as demandas do varejo - que são muitas.Simultaneamente ao aumento da presença das empresas de TI neste setor, é importante que o varejista possa perceber que a tecnologia pode atuar como um diferencial competitivo e que pode apoiar, além do atendimento, a gestão e o crescimento do negócio. Sendo assim, a tecnologia torna-se cada vez mais mandatória e o empresário brasileiro já tem percebido essa necessidade. Pesquisa recente desenvolvida pela Opinião Consultoria e encomendada pela Bematech, apontou que quase 40% dos estabelecimentos comerciais são considerados automatizados - um crescimento de oito pontos porcentuais em comparação com mesmo levantamento feito na edição anterior do estudo, realizada em 2010.A disponibilidade da internet nos estabelecimentos também contribui para o avanço tecnológico. De acordo com essa mesma pesquisa, 70,6% dos entrevistados já contam com acesso à internet. Além disso, o estudo apontou um crescimento no uso da banda larga, utilizada por 92,2% dos estabelecimentos comerciais que já "estão online". Esses números sinalizam a viabilidade do uso de novas tecnologias no varejo, indicando o caminho para o que será a próxima onda: a da mobilidade.A quarta onda. Com a utilização de soluções móveis, como tablets, o varejista pode agregar mais valor aos serviços oferecidos aos seus clientes. Outro benefício é que a mobilidade e a tecnologia facilitam o autosserviço - que é uma tendência forte para o grande varejo. O autosserviço permite que o estabelecimento trabalhe com uma operação mais simples, além de proporcionar uma experiência melhor ao cliente, por meio de praticidade e agilidade. O ponto de venda pode se transformar em um ponto de serviço ou, até mesmo, em um showroom. A mobilidade também deve influenciar diretamente outras atividades como o e-commerce, o pagamento seguro, a consolidação de inventário e a logística.Podemos concluir que são inúmeras as vantagens que o uso da tecnologia pode oferecer aos varejistas. Assim, para que o desenvolvimento deste setor seja ainda maior, é preciso unir forças em diferentes frentes. Como citado anteriormente, o Brasil já tem um varejo muito forte e a indústria nacional de tecnologia está preparada para a inovação nessa área. Quando comparamos o Brasil com outros países, podemos perceber que o nosso "gap" tecnológico é pequeno.Sendo assim, é possível concluir que o desafio atualmente não é desenvolver soluções diferenciadas - pois isso nós já sabemos como fazer - mas sim influenciar a cultura dos brasileiros que ainda não estão acostumados com o uso de tecnologia durante suas compras (com a utilização de serviços de autoatendimento, por exemplo). Atualmente, o Brasil já tem se destacado no cenário internacional com uma economia forte e pela presença de grandes multinacionais, como mineradoras, empresas de commodities, de energia, entre outras. Entretanto, para nos tornarmos efetivamente globais precisamos impreterivelmente de TI. Precisamos contar com grandes empresas de tecnologia "made in Brazil", e o varejo tem surgido como grande propulsor dessas companhias que estão despontando. Nosso mercado está crescendo e nossa história comprova que temos potencial para atingir este objetivo.

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